A assinatura do protocolo, antecede o primeiro de seis concertos da orquestra, a realizar ao longo deste ano, cinco dos quais programados para o Santuário do Senhor Jesus da Pedra, um templo do barroco joanino, inaugurado em 1747.

“Além de ser o regresso da música erudita à programação cultural da vila, o protocolo permite-nos ter a orquestra como uma espécie de mecenas da igreja, que necessita de obras de conservação”, disse à agência Lusa a vereadora da cultura na câmara de Óbidos, Celeste Afonso.

Da autoria do arquiteto Rodrigo Franco, o santuário tem a particularidade de articular uma forma exterior cilíndrica com um polígono hexagonal interior, que inclui três capelas: a capela-mor, dedicada ao Calvário, e duas laterais dedicadas, a Nossa Senhora da Conceição e à Morte de S. José.

Localizada fora das muralhas, a cerca de um quilómetro da vila, a igreja foi frequentemente palco de concertos de música clássica, tradição que foi rareando devido à necessidade de conservação daquele património histórico e religioso.

A temporada de música, integrada no programa de Óbidos Vila Literária (designada desde dezembro de 2015 como membro permanente da rede de cidades criativas da UNESCO), vai prologar-se até 18 de novembro.

Para o presidente da câmara de Óbidos, Humberto Marques, trata-se “uma oportunidade única de reflexão sobre a amplitude cultural deste território, rico em património material e imaterial”.

Esta é a primeira vez que a Metropolitana assume, com uma autarquia, a responsabilidade de um Temporada de Música, apesar de realizar regularmente concertos sinfónicos ou de música de câmara em Lisboa, Setúbal, Lourinhã, Amadora, Loures, entre outros municípios.