O especial "Deixem o Pimba em Paz", inserido no festival Montepio - Às Vezes o Amor, arrancou com Bruno Nogueira a declamar "eu, o último dos teus grandes amores; eu, um louco por te dar meu coração", de José Malhoa. Já com os corações aquecidos com "24 Rosas", seguiu-se "Azar na Praia", o sucesso de Nel Monteiro e que fez o público soltar as vozes.

À terceira canção, uma história de amor eternizada pela voz de Ágata que, no início do século, preferia estar sozinha. Do palco do Coliseu, Manuela Azevedo relembrou através da letra de "Sozinha" que é melhor estar solteiro/a do que viver com "ilusões, falsas quimeras".

No Dia dos Namorados, Bruno Nogueira e companhia decidiram ainda relembrar a traição mais popular da música portuguesa. "Na Minha Cama com Ela", de Mónica Sintra, arrancou gargalhadas ao público, que acompanhou ao ritmo certo a melodia.

A tragédia continuou a dominar o espetáculo com "Telegrama", tema que contou com a participação especial de Camané, fadista que entrou no espetáculo em 'direto' através de vídeo.

No alinhamento seguiu-se "Vem devagar Emigrante", de Graciano Saga. No palco, Bruno Nogueira contou com a ajuda de Capicua para transformar uma das canções mais trágicas do pimba num rap que fez o público que encheu o Coliseu dos Recreios rir sem parar.

O amor voltou ao palco ao som de "Comunhão de Bens", com Manuela Azevedo a dar voz à história popularizada por Ágata que, na letra, pede repetidamente para que "não fiques com ele".

"Deixem o Pimba em Paz" é também um espetáculo onde há espaço para a reflexão sobre a agricultura. O debate sobre os nabos, grelos e pepinos foi feito ao som de "Porque Não Tem Talo o Nabo", de Leonel Nunes. A letra acompanhada pelo arranjo especial de Filipe Melo e Nuno Rafael conquistou o público, com os risos a sobreporem-se à voz de Bruno Nogueira.

"Pela primeira vez no Coliseu, António Zambujo", gracejou Bruno Nogueira antes de convidar o cantor de "Pica do 7" para um dueto em "A Bela Portuguesa". De seguida, Zambujo recordou o mítico tema de Marante, "Som de Cristal".

No alinhamento seguiu-se "Sensual" (Toy), "Já Não Sou Bebé" (Romana), "Garagem da Vizinha" e "O Melhor Dia Para Casar" (Quim Barreiros), com as centenas de apaixonados (e não só) a cantarem a uma só voz os hinos da música popular portuguesa.

Samuel Úria também foi um dos convidados da noite. Depois de declamar com Bruno Nogueira um poema com excertos de canções pimba, o cantor deu uma nova vida a "Mãe Querida", tema que já juntou Ágata e Tony Carreira no mesmo estúdio.

"No início, quando pensei neste projeto, só fazia sentido levá-lo para a frente com pessoas que eu admirasse (...) Como isso não foi possível, estão cá eles... uma espécie de marca branca dos músicos", gracejou o humorista antes de apresentar a banda que o acompanha no projeto.

"Ninguém, Ninguém", "Não És Homem Para Mim", "Taras e Manias", "Cabritinha", "Padaria" e "Bichos da Fazenda" fecharam o espetáculo "Deixem o Pimba em Paz".

Durante mais de uma hora e meia, Manuel Azevedo, Bruno Nogueira, Filipe Melo e companhia recordaram os principais temas da música pimba - canções que toda a gente diz não gostar, mas cujas letras estão na ponta da língua.

"Deixem o Pimba em Paz" é uma bela homenagem ao cancioneiro popular português e que, através de arranjos alternativos, dá uma nova vida aos temas.

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