A escritora bielorrussa Svetlana Alexievich, Nobel da Literatura 2015, já não participará no Festival Literário da Madeira, região onde não conseguiu chegar, devido às condições atmosféricas no aeroporto, confirmou fonte da organização à agência Lusa.

A escritora tentava chegar à Região, desde sábado, mas os ventos fortes impediram sempre a aterragem do avião em que seguia, acabando por regressar a Lisboa, onde fez escala, antes de partir.

Fonte da organização adiantou ainda à Lusa que a abertura do Festival foi adiada para quarta-feira, com a mesma programação.

O festival abre assim na quarta-feira com os angolanos Pepetela, Prémio Camões em 1997, e Ondjaki, Prémio José Saramago e Prémio Jabuti Juvenil, que, com o jornalista Fernando Alves, conversam a partir de uma citação do autor de "Yaka": "Queremos transformar o mundo e somos incapazes de nos transformar a nós próprios".

Os dois escritores voltam a encontrar-se na quinta-feira, desta vez com o jornalista João Céu e Silva, para discutirem a partir da 'máxima' do seiscentista inglês John Milton, o autor de "Paraíso Perdido": "A solidão é por vezes a melhor sociedade".

Na quinta-feira destacam-se ainda os dois encontros de Valter Hugo Mãe, Prémio José Saramago e Grande Prémio Portugal Telecom 2012, com Marcelino Freire, Prémio Jabuti e Prémio Machado de Assis, do Brasil.

Os poetas Pedro Mexia e Daniel Jonas, Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, da Associação Portuguesa de Escritores, conversam na sexta-feira, dia 17, a partir da ideia de que "ser deixado sozinho é a coisa mais preciosa que se pode pedir do mundo moderno", uma frase do britânico Anthony Burgess, autor de "Laranja mecânica" e "1985".

O encerramento do festival, no dia 18, conta com o escritor norte-americano Adam Johnson, numa conversa com o jornalista e escritor português Miguel Sousa Tavares, moderada pelo jornalista Paulo Moura. Adam Johnson venceu o Prémio Pulitzer de Ficção, em 2013, pelo romance “Vida Roubada” (“The Orphan Master's Son”).

Antes, no último dia de encontros, há mais duas sessões com escritores.

A primeira reúne Frederico Lourenço, Prémio Pessoa 2016, ao sociólogo Viriato Soromenho-Marques, numa conversa a partir de um versículo das epístolas de São Paulo aos Coríntios, "tudo me é permitido, mas não me deixarei ser controlado por nada".

A segunda junta a escritora irlandesa Eimear McBride, prémio Goldsmith 2016, autora de "Uma rapariga é uma coisa inacabada", a Tatiana Salem Levy, nascida em Lisboa, que escreveu "A Chave de Casa" e o "Paraíso", para conversarem a partir da certeza do escritor de origem argentina Julio Cortázar de que "a linguagem é uma das prisões mais terríveis e está sempre à nossa espera".

Organizado pela Eventos Culturais do Atlântico, o Festival Literário da Madeira é este ano dedicado ao tema "Literatura e a Web - entre o medo e a liberdade", tendo como palco o Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal

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