O bairro da Cova da Moura, nos arredores de Lisboa, foi o palco escolhido para o novo vídeo da música “100 + Demoura”, que tem vindo a fazer sucesso desde 2016 e que agora ganha uma nova imagem neste vídeo lançado em exclusivo no SAPO.

A receção no bairro não poderia ter sido melhor, contaram Fábio Dance e Mids, em entrevista. Numa comunidade composta principalmente por cabo-verdianos e guineenses, os The Groove encontraram o mesmo acolhimento familiar e a alegria a que estão habituados em Luanda, o que fez deste dia um dia em cheio.

“A música ‘100 + Demoura’ é muito emergente, pela sua dica e pelo coro que é muito fácil ‘Bora, agora, sem mais demora’, então escolhemos o bairro da Cova da Moura, não por ser um bairro suburbano, mas por ser um bairro com pessoas humildes, com as quais muito nos identificamos. Sentimos a boa energia das pessoas e que a música lá bate mesmo muito”, conta Fábio Dance.

Depois de cerca de três horas em gravações, o bairro já tinha sido contagiado pela música e pela energia dos The Groove. “Correu muito bem. Conhecemos as pessoas, andámos por todo o lado, sem problema nenhum. Foi um dia de festa e de churrasco, algo que estamos muito habituados em Luanda e quando chegamos à Europa pensámos que não há nada disso, mas foi tal e qual. Sentimo-nos como se estivéssemos em casa”, acrescentou.

Na sua terceira passagem por Portugal para concertos e trabalhos em estúdio, os The Groove continuam a traçar o seu caminho a dois, depois de Preto Show e Hélio Baiano terem seguido o seu caminho a solo. Com uma visão muito clara do que pretendem para o futuro da sua carreira, Fábio e Mids querem seguir caminho “devagar e bem”.

“É importante trabalhar em Portugal para consolidar o nosso trabalho, até porque há dois continentes que queremos invadir, o europeu e o africano. E estamos a conseguir, devagar e bem. O mercado europeu, com Portugal, e o africano com Angola e África do Sul, que é uma das potências máximas deste estilo”, explica Fábio, ao fim de quase um mês em Portugal.

Dar nas vistas na África do Sul, onde o afro beat é rei, é um grande desafio, mas mostram-se confiantes. “É difícil entrar nesse mercado não só por causa da língua, mas também porque é um país onde existem muitos fazedores deste estilo com uma outra dinâmica de trabalho. Com a dinâmica que temos, conseguimos entrar nesse mercado, não da forma que queremos, ainda, mas em 100% conseguimos concretizar 15% ou 20% do objetivo”, afirmam.

Nesta incursão pela África do Sul, onde já fizeram diversos concertos, o factor dança é decisivo para conquistar o público. “O estilo sul-africano é muito mais suave, com muito mais swag. A nossa música é mais agressiva, tem muito mais energia e isso contagia. Quem dança a nossa música fica com muito mais disposição e até esquece os problemas, isso é uma das coisas que os sul-africanos gostam em nós. Além disso, a produção angolana já começa a ser muito respeitada no estilo afro beat”, explica Mids.

Nesta nova fase dos The Groove as responsabilidades aumentaram e gerir a carreira é agora uma tarefa mais solitária e cuidadosa. “Hoje trabalhamos muito mais e isso melhorou muito a nossa forma de ver as coisas, a maneira de entrar no mercado e o nosso dinamismo. Estamos os dois envolvidos em tudo o que diz respeito à nossa carreira.”

Mais novidades estão a caminho, garantem, e poderá conhecê-las em breve no SAPO.