Na sua terceira edição, o festival de verão tem vindo a crescer de ano para ano e conta receber cerca de 70 mil pessoas no decorrer dos quatro dias.

A programação só conta com músicos e bandas que cantem em língua portuguesa e essa opção tem conquistado vários fãs, sem limite de idade.

Os Deolinda já estavam em palco e as irmãs Odete Martins, 64 anos, e Teresa Vinagre, 63 anos, dançavam animadamente ao som das músicas cantadas por Ana Bacalhau. “[O festival] tem tudo de bom”, diz Odete Martins, “Tem bom ambiente, tem um espaço espetacular, animação, tem tudo”.

Já Teresa Vinagre contou à Lusa que vem pela segunda vez, depois de no ano passado a irmã a ter convencido a ir ao festival, que ela achava que seria só para adolescentes. “Fiquei encantada e este ano quis vir outra vez. Desde os espetáculos à organização, está tudo cinco estrelas”, apontou.

Ali perto estava também Hugo Teixeira, 37 anos, acompanhado da mulher, grávida, das duas filhas e uma sobrinha. “Tenho o passe de quatro dias por causa das crianças, porque a programação de domingo ajuda bastante. É um festival que não é só de noite e o programa de domingo também é um atrativo para quem tem família e o preço é convidativo”, apontou.

Isto porque o último dia, domingo, é totalmente dedicado aos mais novos e tem uma programação especialmente pensada para este público mais jovem. As portas abrem às 11:00 e pelo palco vão passar o espetáculo “Reino do Sol”, o “Galo Gordo”, ou o quarteto composto por Ana Bacalhau, Samuel Úria, Sérgio Godinho e Vitorino, entre outros.

Mas por enquanto são os Deolinda que continuavam em palco e iam animando as várias centenas de pessoas que se encontravam frente ao palco ou sentadas pelo relvado circundante, como é o caso do casal de namorados Sofia Conceição, 18 anos, e Pedro Venâncio, 19 anos.

Ambos concordaram que este é um festival que se distingue por dar primazia à música portuguesa. Sofia Conceição disse mesmo que o que a convenceu a ir a este festival foi o facto de a maior parte dos artistas serem portugueses. “Acho que é muito bom ser em português e [o festival] valorizar a língua portuguesa”, disse, por seu lado, Pedro Venâncio.

A opinião é partilhada pelos Deolinda: “É um festival diferente porque nem todos os festivais são focados na música portuguesa, em português, lusófona ou feita em Portugal”, disse à Lusa Luís José Martins, guitarrista da banda.

Já Ana Bacalhau, vocalista dos Deolinda, acha que “há alguma falta de visão e estratégia e de apoios institucionais, se calhar, para ajudar o pessoal a ir satisfazer as necessidades do público lá fora”.

Em nome da organização, o vereador da Câmara Municipal de Almada António Matos disse à Lusa que o festival está a começar bem, com uma afluência a corresponder às expectativas e que anda à volta das 20 mil pessoas.

“É uma pequena cidade que montámos neste parque, uma cidade sustentável, estamos a procurar que seja o primeiro festival em Portugal a carbono zero”, apontou o vereador.

Sexta-feira, a tarde de música começa às 18:00 com a Roda de Choro de Lisboa, Gjeff Afrozila fecha a noite às 02:00.