A obra, “Ad Memoriam”, constituída por duas partes, uma biográfica, de autoria de Leonor de Lucena Sibertin Blanc, e uma segunda com cerca de 50 testemunhos de ex-alunos, colegas, amigos e admiradores, é apresentada às 16:00, na Sé de Lisboa, por Duarte Pereira Martins, vice-presidente do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa (MPMP), que chancela esta edição.

“A obra inclui ainda um conjunto de páginas a cores com fotografias relativas ao percurso biográfico do organista”, acrescentou fonte do MPMP, à agência Lusa.

Na sessão de hoje atua a contralto Susana Moody e o organista António Duarte, que sucedeu a Sibertin Blanc como titular da Sé de Lisboa.

No preâmbulo de “Ad Memoriam”, a viúva escreve que reuniu “alguns apontamentos biográficos” que irão esclarecer sobre a figura do organista, e realça “os testemunhos recolhidos” que revelam “as várias facetas da personalidade de Antoine Sibertin Blanc, enquanto professor, organista e improvisador e, ainda, enquanto ser humano”.

“Convido assim o leitor a percorrer estes documentos, ricos e expressivos pela sua autenticidade, pois vêm daqueles que lidaram de perto com Antoine Sibertin Blanc, uns de uma forma, outros de outra; uns durante anos a fio, no caso dos alunos ou de alguns colegas; outros durante vidas inteiras, no caso dos eclesiásticos; outros, ainda, de forma mais ou menos assídua, no caso dos seus colaboradores e (ou) admiradores”, escreve Leonor de Lucena Sibertin Blanc.

O cardeal-patriarca Manuel Clemente assina o prefácio e refere que, na década de 1970, “estava quase interrompida a brilhante tradição musical litúrgica da Sé Patriarcal de Lisboa”.

Segundo o cónego Carlos Paes, deão do cabido da Sé, Sibertin Blanc deixou “o testemunho de uma pessoa extremamente delicada, discreta e muito fiel à sua missão” e realçou o “seu empenho e dedicação”, no restauro do órgão do construtor D.A. Flentrop.

O organista chegou a Portugal na década de 1960, vindo da paróquia de S. José, na Cidade do Luxemburgo, quando em 1965 foi consagrado o órgão D.A. Flentrop da Sé, Sibertin Blanc apresentou a sua candidatura como organista e foi escolhido.

Foi organista titular durante 47 anos, tendo começado por acompanhar os ofícios pontificais e, mais tarde, a tocar todos os domingos nas celebrações.