“O dinheiro que se fizer será integralmente para esses meninos”, afirmou hoje o autor à agência Lusa, indicando que a iniciativa de escrever a obra, intitulada “Para além do mar vermelho”, lhe foi sugerida por um jovem que conheceu quando ele próprio esteve hospitalizado no IPO de Lisboa.

Para Carlos Carranca, com raízes familiares na Lousã, este livro “tem uma carga simbólica absolutamente fora do comum”, pois responde à proposta desse jovem, admirador da sua obra, que veio a falecer.

Com uma primeira edição de 400 exemplares, “Para além do mar vermelho” nasceu da experiência do poeta nos vários meses que passou “no isolamento do IPO”.

Editado pela Talentilicious, de Miguel Babo, na Figueira da Foz, o livro é vendido em conjunto com um DVD, da autoria do filho mais novo de Carlos Carranca, o cineasta Miguel Afonso Carranca, intitulado “Do mar da Gala à Serra da Lousã”.

“Trata-se de um filme sobre a minha relação poética com os lugares, respetivamente, a Figueira da Foz, onde nasci por acaso, Coimbra e Lousã, a vila serrana onde residia quase toda a sua família, afirmou o poeta.

“Nós, para darmos a volta ao mundo, não precisamos de sair da nossa terra. Acredito que só a poesia poderá unir e pacificar a sociedade de hoje”, disse, dando ênfase a uma opinião também defendida pelo escritor Miguel Torga, sobre o qual Carranca tem vários trabalhos publicados.

A sua poesia “tem cada vez mais uma carga espiritual”, referiu, ao confessar ter adotado esse género como a sua religião.

“Não sou católico, mas respeito quem tem fé. Este meu livro expressa essa minha relação com o povo”, acrescentou Carlos Carranca.

A sessão de lançamento vai decorrer no hotel Palácio da Lousã, na sexta-feira, às 21:30.

A apresentação da obra cabe a Isabel Ponce de Leão, professora da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

O programa inclui ainda uma intervenção de Carlos Dias, “em representação dos salatinas”, o povo da Alta de Coimbra, e um concerto de guitarra de Coimbra com José Reis (viola), Francisco Viana (guitarra), Paulo Alexandre (guitarra) e Arnaldo Tomás (viola).

A obra tem apoio do Centro de Estudos da Lusofonia Agostinho da Silva, Câmara Municipal da Lousã, Junta de Freguesia de Serpins, jornal Trevim e duas empresas locais.

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