O novo disco de Pedro Moutinho, “O fado em Nós”, chega esta sexta-feira ao mercado, pretendendo o fadista que "faça sentir o fado que existe em todos nós", refletindo tradição e contemporaneidade.

“Este meu álbum é um convite que eu faço e uma vontade que eu tenho, que, ao ouvirem este trabalho, sintam o fado que existe em todos nós. Não só os que gostam de fado, como os que o estão a descobrir”, disse Pedro Moutinho à Lusa.

O fadista escolheu os diferentes temas “a pensar no fado que há em todos nós, tanto nos que cantam, como nas pessoas que o escutam”.

Por outro lado, o disco evoca referências fadistas de Pedro Moutinho, tanto de autores como de intérpretes, e “daí a recriação de alguns temas, de Tony dos Matos ou de Carlos Ramos, e a escolha de algumas melodias fadistas tradicionais”, como os fados Amora e Tango, de Joaquim de Campos, da Adiça, de Armandinho, Macau, de Jaime Santos, ou o da Saudade, de Fernando Carneiro de Carvalho.

“Eu, como fadista, preciso disso, tanto do meu passado como do meu presente, e daí as letras da Manuela de Freitas, da Amélia Muge, e foi isso o mais importante para mim neste disco”, disse Moutinho, detentor de um Prémio Amália Rodrigues para o Melhor Álbum, em 2008.

“O fado em nós” conta 13 temas, entre inéditos e recriações do repertório fadista, foi gravado por Amândio Bastos, no Auditório do Museu do Fado, em Lisboa, de 01 a 05 de novembro do ano passado, tendo o fadista sido acompanhado pelos músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Daniel Pinto, na viola baixo, e Carlos Manuel Proença, na viola, que, tal como nos dois álbuns anteriores, assumiu a produção e direção musical.

Pela primeira vez, Pedro Moutinho canta um poema de Maria Rosário Pedreira, “Ao Deus dará”, que interpreta na melodia do Fado da Saudade.

Este é o quinto disco de originais de Pedro Moutinho, que à Lusa afiançou que já encontrou o seu caminho.

“Acima de tudo faço aquilo que gosto, sem me preocupar com os resultados, o mais importante é cantar aquilo que gosto e crescer como homem e fadista, de forma natural, e que isso se reflita no meu trabalho”, rematou.