O primeiro disco do novo álbum, intitulado “Nudez”, abre com “Meu Amor sem Aranjuez”, uma letra de Dulce Pontes para a conhecida composição de Joaquín Rodrigo (1901-1999), e inclui “Grândola Vila Morena”, de José Afonso (1929-1987), e "Bailados do Minho", também da cantora, com música de Artur Paredes (1899-1980).

Este disco totaliza 11 temas, sete deles com autoria, letra ou música, de Dulce Pontes.

“O primeiro disco é construído a partir da austeridade. Dulce Pontes passa de pianista a percussionista, tocando tambores, ‘djembes’, garrafas e tudo o que possa percutir”, afirma Maxi La Peña, num texto de apresentação do disco enviado à agência Lusa, no qual realça a abertura, com a orquestra Roma Sinfonietta, “numa adaptação fadista do ‘Concerto de Aranjuez’, de Joaquín Rodrigo”.

O alinhamento de “Nudez” inclui, entre outros, “Alfama” (Ary dos Santos/Alain Oulman), do repertório de Amália, “Nevoeiro” e “Cancioneiro”, dois poemas de Fernando Pessoa musicados por Dulce Pontes, e ainda “Va de Retro”, de Dulce Pontes, para além do tema tradicional “Cantiga da Roda”, com adaptação da artista.

No segundo álbum, “Puertos de Abrigo”, “a viagem interior de Dulce Pontes continua com sotaque espanhol, transportando-nos a lugares físicos e humanos, onde encontramos proteção”, escreve La Peña.

O alinhamento deste segundo disco, que totaliza 11 temas, inclui uma versão em espanhol de "La Bohème", de Charles Aznavour, “Volver”, de Alfredo Le Pera e Carlos Gardel, o tango “Maria de Buenos Aires", de Astor Piazzolla e Horacio Ferrer, em que Dulce é novamente acompanhada pela Roma Sinfonietta, sob a direção de Paolo Silvestri.

O álbum inclui também “Alfonsina y el Mar” (Ariel Ramirez/Félix Luna) e duas cantigas em galaico-português do trovador Martim Codax, “Ai Eu Ondas Vin Veer" e "Ondas do Mar de Vigo”.

“Barro y Altura”, de Jaime Torres, é um dos dois inéditos de “Puertos de Abrigo”. O outro, cantado em inglês, é “7th Sky”, de Dulce Pontes, que assina ainda a música em parceria com Kaat Tilley.

“’Peregrinação’ é uma viagem interior, emocional, sobre a vida em tempos difíceis. Um disco duplo muito necessário para caminhar em estado de consciência”, remata Maxi de La Peña.

A cantora, compositora e letrista Dulce Pontes, de 47 anos, conta mais de 25 de carreira e recebeu já os prémios Luigi Tenco e Fondazione Maria Carta, em Itália, o Amigo, para a melhor solista feminina, e Microfone de Ouro, em Espanha, entre outras distinções.