A exposição vai proporcionar a contemplação a todos os apaixonados, e não só, por esta temática, que tem vindo a crescer nos últimos anos em Portugal, podendo afirmar-se mesmo que “o jazz está na moda" e, segundo a organização, é uma oportunidade única de presenciar e contemplar a imortalização em termos pictóricos dos grandes ícones do jazz, assim como o tributo que Xicofran faz aos instrumentos e silhuetas do jazz.

Uma “tela com som próprio” é um dos destaques desta mostra, disse à Lusa Olga e Sousa, que esclareceu que o título “Jazz a 360º” “prende-se não só com a visualização das obras em exposição, que estão espalhadas pelo salão do palácio, tendo o público de percorrer os 360º para a sua observação total de diferentes ângulos, mas também porque será exposto um cadeirão de linha designer, pintado por Xicofran, que terá vida própria, pois estará em constante rotatividade perfazendo 360º”.

“A aproximação do público à obra fará debitar som de jazz, sem que as pessoas se apercebam de onde vem” a música, e outro destaque é “uma das maiores telas de jazz, pintura com cerca de dez metros de comprimento, repartida por sete painéis justapostos, que tem por título ‘Encontros e desencontros do jazz’”.

“Tal como o próprio nome sugere, o artista elaborou sete duetos de ícones do jazz, tendo alguns deles tocado juntos, no percurso das suas carreiras”, acrescentou.

Em 2014, quando inaugurou, em Cascais, a exposição “All that Jazz”, Xicofran explicou à Lusa que tinha por objetivo “representar pictoricamente a força dos intérpretes” deste género musical.

Na ocasião, o pintor enfatizou a sua “paixão pela silhueta dos intervenientes do jazz, representando pictoricamente toda a sua força, a sua ‘luta’ e movimento com o instrumento, o sentir, a improvisação de uma melodia, quase sempre carregada emocionalmente”.

XicoFran, nascido há 47 anos em Luanda, é “conhecido como o ‘Pintor do Jazz’”. Concluiu o curso Superior de Design de Interiores na Escola Superior de Artes Decorativas, em 1994, tendo iniciado, entretanto, a sua participação em várias exposições e concursos de pintura.

Em 2002 trabalhou com o artista plástico António Inverno, falecido em julho último.

“Inverno passou para XicoFran as mais importantes técnicas e conhecimentos que XicoFran até hoje não deixa de empregar nas suas obras, nomeadamente o equilíbrio das telas e os magníficos pontos de luz”, realçou Olga e Sousa.

XicoFran está representado em várias coleções nacionais, e no estrangeiro.

Em 2004 expôs pela primeira vez na Galeria Hiper Quadro, em Lisboa, tendo entretanto apresentado outras exposições, sempre relacionadas com esta tradição musical, nomeadamente, na Galeria Moldurarte, em Setúbal, no Hotel Capela das Artes, em Alcantarilha, no Algarve, no Cine Teatro Alcobaça, na Galeria Arc 16, em Faro, e no Centro Cultural de Cascais, no âmbito dos 80 anos do Festival Jazz, Cascais, em 2010.

Também em 2010, expôs no Centro Cultural de Sines, por ocasião dos 30 anos de carreira de Maria Viana, tendo exposto ainda no auditório Eunice Muñoz, em Oeiras, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, na Câmara Municipal de Odemira, na galeria do Casino Estoril, no Museu Municipal de Resende e no Centro Nacional da Cultura, em Lisboa, entre outros espaços.