"Não, não vou cantar 'Uma Casa Portuguesa'. Não cantei durante 25 anos de trajetória nem cantarei jamais, porque não gosto dessa ideia de uma casinha pobrezinha com um pouco de pão, um pouco de vinho. Não gosto dessa questão humilde da letra". Foi desta forma que, segundo o jornal semanal, a cantora respondeu a uma espectadora que assistia ao concerto na primeira fila e que lhe pediu que cantasse o tema popularizado por Amália.

De acordo com o Expresso, depois da resposta negativa da cantora portuguesa gerou-se um silêncio absoluto na plateia de quase duas mil pessoas que encheram a sala Baleia Azul do Centro Cultural Kirchner em Buenos Aires, a maior da América Latina.

"Caiu muito mal na comunidade. Todos os imigrantes ficaram estupefactos, porque todos nós crescemos numa casa assim. Ao criticar essa canção, criticou a casa de todos nós e as nossas origens", explicou Armando Lopes Martins ao jornal.

"A minha mãe ouvia 'Uma Casa Portuguesa' e chorava. Vivíamos numa casa muito humilde, alugada. Não tínhamos nada no bolso. O meu pai esforçava-se dia e noite para trazer o pão para casa, como diz a letra”, lembra, acrescentando que "essa canção era, na época, o nosso vínculo com Portugal".

A polémica foi analisada depois do concerto no programa de rádio Portugal Hoje. "A comunidade ficou muito ofendida. Muitos descontentes telefonaram para a rádio. Mísia tornou-se uma portuguesa non grata na Argentina. No próximo domingo, vou pedir que da próxima vez tragam uma fadista mais respeitosa", frisou Armando Lopes Martins.

No espetáculo, Mísia confessou ainda não gostar de folclore. O comentário desagradou a plateia repleta de minhotos e algarvios.

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