“Nunca pensei sair do país, conhecer outras culturas”, diz agora à Lusa, o palco do mundo (principal) na Bela Vista pronto a estrear na quinta-feira e um passado de palcos assim no Brasil, Espanha e nos Estados Unidos, e convites para a feira do livro de Genebra (em abril último) e para o festival de jazz de Montreaux (em julho próximo).

Paulo não sabe se os convites para obras na Suíça aconteceram por causa do Rock in Rio. Mas interroga-se sobre como é que vão chamar a Metalurgia Frontal, uma empresa familiar em Alcolombal de Cima, Terrugem, a cinco quilómetros de Sintra.

Em 2008, recorda-se, foi através de um concurso, ao qual nem apresentou orçamento, que chegou ao Rock in Rio. E depois já seguiu com a marca para Madrid e para os festivais seguintes. Quatro pessoas montam a estrutura em menos de duas semanas e no Brasil até ganharam um prémio de sustentabilidade. “Fiquei de boca aberta”.

“São sempre oito a nove dias difíceis mas gostamos, e é um orgulho, uma empresa pequena, nunca pensei…”, diz.

A empresa tem uma apresentação muito simples na internet onde nem há referências ao Rock in Rio e na qual se explica que foi criada em 1988 com um capital social de 1.200 contos e que começou a fazer pequenos trabalhos de serralharia, como vedações, grades ou portas, evoluindo para estruturas metálicas. Palcos de 300 toneladas não estão referidos.

“Quando alguma coisa corre mal penso: porque é que eu me meti nisto. Mas depois quase sempre assisto aos espetáculos e quando ouvimos as pessoas a comentar o palco fica-se com pele de galinha”.

Paulo Martinho nunca disse que era o construtor do palco, embora por vezes lhe desse vontade, como também ninguém na “cidade do rock” associa a cara de Bruno Leste às mochilas da “2East” que circulam pelo recinto carregadas de cerveja, de agua, de sumo, este ano pela primeira vez com sopa até.

Mas à boleia do Rock in Rio o jovem já se estabeleceu no Brasil, nos Estados Unidos e por “contágio” no México, e agora está a começar abrir “na Europa toda”. “No Brasil estamos há quatro anos, com um crescimento de 30 por cento, e em Portugal 90 por cento do mercado é nosso”.

Bruno Leste desenvolveu o conceito das mochilas e criou um sistema de enchimento, e a partir de quinta-feira terá 130 pessoas a vender produtos frescos, com exceção dos 20 centilitros de creme de cenoura.

A empresa já levou mochilas a mais de 1.200 eventos e garante, palavras de Bruno Leste, que as bebidas frescas perdem só um grau centigrado por hora, nada se pensarmos que um tanque de 12 litros é vendido em menos de 15 minutos.

“É uma ajuda para os bares, é comodo para o cliente e dá qualidade ao festival!”, diz Bruno convictamente. A mesma convicção que o levou para a América, a fazer ações promocionais nas praias do Brasil, a tentar os eventos desportivos nos Estados Unidos, a olhar para os festivais em Espanha e em França.

E se acontecer o festival de Buenos Aires, em preparação, muito provavelmente Bruno lá estará. E muito provavelmente Paulo Martinho também. À boleia com o Rock in Rio a galáxia pode ser o limite.

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