Numa entrevista ao jornal The New York Times, Jann Wenner, que criou a revista em 1967, quando era um estudante hippie da universidade de Berkeley, explicou que queria que a publicação fosse administrada por uma empresa familiar.

"Há um certo nível de ambição que não podemos alcançar sozinhos", explicou Wenner, que dirige a revista com o seu filho, Gus.

Considerada uma das revistas mais importantes da história do jornalismo cultural, sobretudo da cena pop-rock, a Rolling Stone também publicou alguns textos de autores experimentais, como o jornalista "gonzo" Hunter S. Thompson.

Mas a reputação da revista - e, por extensão, das suas finanças - foi prejudicada por uma reportagem publicada em 2014 sobre uma suposta violação numa universidade da Virgínia que não respeitou regras básicas de apuração jornalística e acabou por ser desmentida.

No ano passado, a BranLab Technologies, uma start-up de Singapura dedicada à música e fundada pelo filho do milionário Kuok Khoon Hong, comprou 49% da revista.

A família Wenner vendeu, este ano, outras duas publicações, a US Weekly e a Men's Journal, ao grupo American Media, especializado na edição de tablóides.

Se a Rolling Stone for vendida a este grupo, a sua linha editorial poderá ser alvo de uma mudança drástica. O grupo é dirigido por David Pecker, um partidário fervoroso de Donald Trump, enquanto que a Rolling Stone está à esquerda e já publicou longas entrevistas com ex-presidentes democratas, como Barack Obama e Bill Clinton.

Jann Wenner, de 71 anos, explicou que gostaria de conservar o seu papel editorial no futuro, mas que a decisão depende do novo proprietário da revista.