A associação Sons da Lusofonia criou o Prémio de Composição Bernardo Sassetti para incentivar a criação musical de jovens músicos na área do jazz e para homenagear aquele autor, que morreu em 2012, revelou à Lusa Carlos Martins.

O prémio destina-se a músicos portugueses com menos de 30 anos e não é monetário, pelo que o vencedor terá direito a gravar os temas inéditos apresentados a concurso e a estreá-los ao vivo em março de 2016 na Festa do Jazz, em Lisboa.

As candidaturas abriram esta terça-feira, 15 de setembro, e terminam a 20 de novembro. O júri, composto por Carlos Martins, Carlos Azevedo e Sara Serpa, anunciará o vencedor do prémio a 01 de dezembro.

O Prémio de Composição Bernardo Sassetti é uma iniciativa do projeto Portugal em Jazz, criado no âmbito da associação Sons da Lusofonia e apoiado pela Direção-Geral das Artes.

"O objetivo [do Portugal em Jazz] é desenvolver uma rede de comunicação entre músicos e agentes ligados à música improvisada. Já organizamos a Festa do Jazz e queremos agora premiar gente nova na área da composição. Este prémio, em sintonia com a [associação] Casa Bernardo Sassetti, quer promover a memória e as obras do Bernardo", disse Carlos Martins.

De acordo com o saxofonista e diretor artístico, o prémio surge numa altura em que têm aparecido mais grupos e discos de músicos portugueses na área do jazz, concordando que tem sido um período fértil para a criação artística.

Além da Festa do Jazz e da criação do prémio, a plataforma Portugal em Jazz contará ainda com uma componente de formação para alunos, em áreas como produção e comunicação, e encontros regionais com escolas de jazz e música improvisada.

O regulamento sobre o prémio está disponível na página da plataforma www.portugalemjazz.pt.

Bernardo Sassetti, que morreu a 10 de maio de 2012 aos 41 anos, era considerado um dos mais criativos pianistas da sua geração, para lá das fronteiras do jazz, e que vivia inquieto em torno da música e da imagem.

Iniciou-se no jazz no final da adolescência, quando começou a tocar com Carlos Martins e com o Moreiras Quartet, mas o percurso foi transversal na música portuguesa, tendo trabalhado com músicos do fado, do pop rock, do hip hop.

Em setembro de 2012, meses depois da morte, a família fundou a Casa Bernardo Sassetti, com o objetivo de promover a obra do autor "enquanto compositor, enquanto músico e também na área da imagem, enquanto realizador, pintor e fotógrafo".

Atualmente, a Casa Bernardo Sassetti tem em mãos a inventariação e catalogação do espólio deixado pelo músico.