Em declarações aos jornalistas, depois do ensaio completo para a imprensa, o encenador e autor do texto, Rui Queiroz de Matos, disse trazer da obra de Kafka para a peça “esta espécie de desconforto que encontramos no insólito, não no surreal, não no ‘non sense’, mas no insólito, naquilo que não estamos à espera”.

Questionado sobre o motivo que o levou a partir do universo do escritor checo para a peça, Rui Queiroz de Matos, explicou que este é um mundo que a companhia ainda não tinha explorado e, por outro lado, veio também a descobrir que “era mesmo um universo perfeito a ser explorado com marionetas”.

“Na minha pesquisa de espetáculos do universo de Kafka com marionetas, eu nunca tinha visto e, se calhar, as únicas que tinha visto mais próximas seria sempre a abordagem à ‘Metamorfose’, que é sempre aquele clássico. Nós resolvemos ir aos pequenos contos, que são muito ricos a nível de imagem e de todos estes seres que não são reais, [mas] as marionetas dão-nos essas possibilidade de os tornar reais”, disse.

O encenador frisou ainda que este espetáculo “aborda precisamente aquilo que as pessoas não conhecem da obra” de Kafka, que possui “imensas histórias, imensos contos só com animais e criaturas estranhas”, tornando-se, para a companhia, “uma mais-valia, um rol enorme de coisas” que podem “usar e explorar”.

A peça, que está integrada na programação da 28.ª edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), apresenta-se de “forma fragmentada”, espelhando “vislumbres” e “alucinações” que o encenador recolheu durante a pesquisa.

“É quase um mergulhar no universo de Kakfa”, vincou.

Quanto ao nome do espetáculo, Rui Queiroz revelou que a equipa deu “uma volta muito grande à procura do título”, mas encontrou em “Arcano” um sinónimo para a peça, que significa “um grande mistério”.

O espetáculo é uma coprodução do Teatro de Marionetas do Porto e do Teatro Municipal do Porto, contando com encenação, cenografia e textos de Rui Queiroz de Matos.

A peça, falada em inglês, para maiores de 16 anos, estreia-se na sexta-feira, pelas 21:30, podendo depois ser vista no sábado, às 17:00.

“Arcano” faz parte da programação do FIMP 2017, que decorre de 13 a 29 de outubro, e conta com a 3.ª edição da bolsa Isabel Alves Costa, que assume agora caráter bienal.

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