Do secundário até ao dia do casamento, os U2 estiveram sempre presentes na vida de José Besteiro Aliás, Bono e companhia foram a banda 'contratada' para atuar no copo de água do fã português. Mas o melhor é ser o próprio a contar:

Joe best

Para mim é muito fácil falar dos U2, a banda sonora da minha vida. Só não é fácil sintetizar em algumas linhas tudo aquilo que vivi com os U2 desde aquele intervalo de 20 minutos no liceu, o "intervalo grande" onde passávamos o "Roadhouse Blues "dos Doors e uma outra musiquita qualquer. Normalmente um hit do momento, ou uma punk-rockalhada. "Stand and Deliver", do Adam & the Ants, ou "Who Killed Bambi", dos Sex Pistols, por exemplo.

E enquanto eu fazia desenhos na associação de estudantes, onde me encostei com algum talento porque andava de paixoneta com uma das miúdas da lista vencedora da JCP e passava uma ou duas músicas nos intervalos, alguém trouxe o "October", o segundo álbum de estúdio dos U2, e me disse "tens que ouvir esta malha, o Gloria!".

E assim foi. Naquele intervalo grande tocaram os Doors e os U2. Os gigantes bons e aqueles Ogres. Foram tempos difíceis. Para quem se colou à primeira audição aos U2, não era fácil impô-los aos amigos, tal como hoje não é. Hoje ainda é pior. Hoje parece moda e trendy odiar os U2. Adiante.

No Verão de 1983, estávamos em casa do Diogo "professor Pardal" na nossa amada terra da Costa de Caparica e chega o Eduardo, o "Broas" para os amigos, com o "Under a Blood Red Sky", o álbum ao vivo dos U2 gravado em Red Rocks, ainda hoje considerado o melhor vídeo ao vivo de uma banda. Foi a noite toda a ouvir o álbum, ad eternum, ad nauseum. Foi naquele momento que consolidei e jurei amor eterno à banda.

The Joshua Tree (1987)

Casei no estádio da Académica, no dia 3 de outubro de 2010. Decisão da noiva. A noite de núpcias menos intimista da história. 44 mil convidados e o grupo de baile foram os U2. Por causa disso, fomos capas de jornais e revistas, tivemos a SIC Notícias em directo da tenda e fomos notícias de telejornal durante um mês e tal. Já agora, a marcha nupcial foi "All I Want is You", a canção da minha vida.

Já vi ao vivo mais de uma dezena e meia de concertos, desde o mítico concerto em Londres no Live Aid, ou no Santiago Bernabéu em 1987 para 140 mil pessoas, passando pelo épico da Lovetown em 1989 com B.B. King, até aos concertos pela Europa fora em 2015, onde vimos vários, que culminaram num histórico e emocionante final em Paris, menos  de um mês depois do massacre no Bataclan. Está lá tudo registado no vídeo. A fila da frente preenchida por bravos portugueses sem medo. "Stronger than fear". Não é preciso ajoelharem-se.