Durante cerca de uma hora, no palco Super Bock (MEO Arena), viveu-se um dos maiores tributos ao legado que o Prince nos deixou. O pequeno génio norte-americano, que partiu há um ano, foi recordado com emoção pela banda que o acompanhou durante cerca de duas décadas, os The New Power Generation, juntamente com Bilal.

De 1990 a 2013, The New Power Generation acompanhou Prince ao longo de êxitos de álbuns como "Diamonds and Pearls" e "Love Symbol". Por isso, é com naturalidade que a atuação desta noite se tenha centrado à volta destes dois discos.

A festa do funk, do rock e da pop fez-se sentir logo com "Sexy MF", mas perante um pavilhão a meio gás, por ainda ser altura de jantar e também porque faltavam algumas horas para a grande atração do festival, os Red Hot Chili Peppers. Mas o conjunto não se fez rogado e encheu as medidas de quem o viu, proporcionando um espetáculo único. Um espetáculo único que também contou com Ana Moura em alguns temas.

A fadista, elogiada pelo malogrado cantor e que também marcou presença no concerto de 2010 do SBSR no Meco, recordou Prince com "Little Red Corvette", numa interpretação fora do registo que lhe atribuímos, mas que dadas as circunstâncias foi muito especial e apropriada.

Ao contrário de outras atuações dos The New Power Generation, aqui em Lisboa uma das novidades foi a presença do nova iorquino Bilal, que já colaborou com várias personalidades da música, como Jay-Z, Beyoncé, The Roots ou Kendrick Lamar, que pisou aquele mesmo palco há um ano.

Bilal, sem as parecenças fisícas ou de vestuário com Prince, partilha um dom vocal semelhante. Bastava fechar os olhos que se confundiam as duas vozes. Fosse em "Kiss", que soube a surpresa pois não tem feito parte do repertório da banda nos últimos espetáculos, ou em "Raspberry Baret", ou ainda na mítica "Purple Rain" que não poderia faltar e contou, claro, com a colaboração de grande parte do público no refrão.

O primeiro tributo deste Super Bock Super Rock foi assim concluído com mestria, muito à base da emoção e da saudade. Fica o património deixado com sentimento de festa, mesmo que inevitavelmente agridoce...