O espetáculo teve estreia mundial na Culturgest, em Lisboa, a 13 de novembro de 2015, e a subida ao palco na capital francesa corresponde ao fechar de um ciclo, disse à Lusa Paulo Ribeiro.

“O espetáculo, no fundo, vai fechar aqui [em Paris] o ciclo, porque estreou em Lisboa, na Culturgest, a 13 de novembro, naquele dia fatídico em Paris [atentados de 2015]. Estreámos a peça em Lisboa, mas já estava previsto virmos a Chaillot, porque foi desde o início uma coprodução de Chaillot”, explicou o coreógrafo.

Paulo Ribeiro sublinhou que “estes três espetáculos, no fundo, encerrarão a digressão desta peça”, destacando que é difícil “manter uma peça destas em digressão e em circulação”, tendo em conta o número de artistas que foi preciso reunir, "num período maior de tempo".

“É uma peça grande, mesmo assim, para a realidade portuguesa, porque tem dez intérpretes em palco, mais dois músicos. Nos tempos que correm, conseguir fazer uma peça com esta grandeza de elenco - não só o número de pessoas mas também a qualidade das pessoas - é difícil”, afirmou, lembrando que "hoje em dia as pessoas não estão filiadas a uma companhia só, e têm de responder a uma série de criações diferentes".

O espetáculo - com música de Tom Zé, Matthew Shlomowitz e Ben Harper - já tinha sido apresentado na cidade francesa de Bezançon, em abril deste ano, e Paulo Ribeiro está com “expectativa grande”, até porque o Théâtre National de Chaillot “está com muita procura”.

Natural de Lisboa, Paulo Ribeiro fundou a companhia em nome próprio, em 1995, quando passou a desenvolver mais aprofundadamente a linguagem pessoal como coreógrafo.

Começou por fazer carreira como bailarino em várias companhias belgas e francesas, e a estreia enquanto coreógrafo deu-se em 1984, em Paris, no âmbito da companhia Stridanse, da qual foi cofundador.

De regresso a Portugal, em 1988, começou por colaborar com a Companhia de Dança de Lisboa e com o Ballet Gulbenkian, também em Lisboa, o qual chegou a dirigir pouco antes da companhia ser extinta, em 2005.

Após a extinção do Ballet Gulbenkian, regressou ao Teatro Viriato, em Viseu, para ocupar o cargo de diretor-geral e de programação.

Paulo Ribeiro é diretor artístico da Companhia Nacional de Bailado, desde o mês de novembro.