A obra, traduzida por Cristina Rodriguez e Artur Guerra, foi publicada pela Quetzal Editores em junho último, e “trata-se de um romance sobre o poder, a sua sordidez, a manipulação – e também sobre o amor e o erotismo”, segundo a mesma fonte.

O diário espanhol ABC, sobre o livro, escreveu: “Um pouco de sexo lésbico, que é o mais elegante, o prazer de ler sobre gente rica, conspirações políticas, um pouco de sociologia, um crime horrendo”.

A revista Letras Libres afirmou por seu turno, que o “novo romance de Vargas Llosa é um retrato do Peru dos anos 1990, estremecido pela violência do [grupo guerrilheiro] Sendero Luminoso, a corrupção do Governo do [Presidente Alberto] Fujimori e escandalizado pelo jornalismo sensacionalista”.

Mario Vargas Llosa nasceu em 1936, em Arequipa, no Peru e atualmente tem dupla nacionalidade, peruana e espanhola, tendo recebido vários prémios literários internacionais, entre eles, o Prémio P.E.N./Nabokov, o Cervantes, o Príncipe das Astúrias e o Grinzane Cavour.

Em 2010, foi distinguido com o Prémio Nobel de Literatura pela “sua cartografia das estruturas de poder e pelas imagens pungentes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos”, segundo fonte editorial.

Dos seus títulos refira-se “A cidade e os cães”, que lhe valeu o Prémio Biblioteca Breve, em 1962 e o da Crítica Espanhola, em 1963).

“A casa verde”, com o qual recebeu o Prémio Nacional de Romance do Peru, o da Crítica Espanhola, e o Rómulo Gallegos em 1967 e 1968, “Conversa n’A catedral” (1969), “Pantaleão e as visitadoras” (1973), “A tia Julia e o escrevedor” (1977), “A guerra do fim do mundo” (1981), ao qual foi atribuído em 1985 o Prémio Ritz-Hemingway, “História de Mayta” (1984), “Quem matou Palomino Molero?” (1986), “Elogio da madrasta” (1988), “Lituma nos Andes”, distinguido com o Prémio Planeta, em 1993, “Cartas a um jovem romancista” (1997), e “Travessuras da menina má” (2007), são outros.

O escritor recebeu em julho de 2014 o título de “Doutor Honoris Causa” da Universidade Nova de Lisboa.

Na ocasião o poeta Nuno Júdice afirmou que Vargas Llosa “vai além da sua pátria, a que sempre se dedicou, nomeadamente quando, num momento difícil, foi candidato à Presidência do Peru", acrescentando que “os romances do escritor são imprescindíveis para conhecermos a História do continente sul-americano, os seus conflitos e a sua sociedade”.

Mario Vargas Llosa, por seu turno, alertou para os perigos da “sociedade do espetáculo” que vivemos e a ditadura da tecnologia, tendo defendido uma literatura que “mantenha o espírito crítico, sem a qual desapareceria a liberdade”.

Autor de mais de uma dezena de romances, Vargas Llosa é também autor de peças de teatro, nomeadamente "A menina de Tacna", e de obras de ensaio, como "A Civilização do espetáculo", editada em 2012.

Entre outras condecorações estrangeiras, o Governo francês distinguiu o escritor com a Medalha de Honra, em 1985, e, em fevereiro de 2011, o rei Juan de Carlos de Espanha nobilitou-o com o título hereditário de Marquês de Vargas Llosa.

Vargas Llosa obteve a nacionalidade espanhola março de 1993, sem nunca renunciar à peruana.