A sessão de lançamento oficial está agendada para as 16:00, na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, e inclui momentos de leitura dramatizada, explicou o município.

O prémio, com caráter bienal e atribuído desde 1995, é promovido pela Câmara de Santiago do Cacém e visa distinguir uma coletânea de contos originais escrita, em português, por um autor, maior de idade, natural de qualquer país da comunidade lusófona.

Luís Manuel de Jesus Cunha, que concorreu sob o pseudónimo Jóice, recebeu, em outubro do ano passado, o prémio relativo à obra vencedora desta 11.ª edição.

O livro foi escolhido por unanimidade pelo júri, que integrou o crítico literário e jornalista João Morales, o autor e vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores José Correia Tavares e a professora e mestre em Estudos Portugueses Paula da Graça Rodrigues.

“A eficácia do mecanismo estrutural adotado” na obra, já que “todos os contos têm exatamente o mesmo tamanho, mil palavras”, e “a capacidade de criar desenlaces interessantes para resolver os diferentes enredos” foram duas das fundamentações do júri.

Além disso, acrescentou a autarquia, o júri justificou a sua decisão pela “capacidade” de Luís Cunha para “criar narrativas de leitura fluída, apesar da linguagem trabalhada e dos distintos ambientes produzidos”.

Com “Vinte Mil Léguas de Palavras”, o autor recebeu um prémio pecuniário de quatro mil euros e a edição do seu livro, que é, agora, lançado oficialmente.

O Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, segundo o município, homenageia o “grande escritor” Manuel da Fonseca, natural daquele concelho alentejano e “figura incontornável da literatura portuguesa”.

Trata-se também de uma forma de prestar homenagem à obra deste autor, “sobretudo através da forma narrativa do conto”, em que Manuel da Fonseca “revelou toda a sua excelência”, afirmou.

E, simultaneamente, disse a organização, “contribui para a revelação de novos criadores” da língua portuguesa, o que “é garante da soberania nacional e elemento essencial do património cultural português”.

Nesta edição, estiveram a concurso 72 obras literárias, duas delas “enviadas do estrangeiro, uma do Brasil e outra do Reino Unido”, enquanto as restantes foram de autores que “representam todo o território nacional, à exceção das regiões autónomas”.

Manuel Lopes Fonseca (1911-1993), conhecido no mundo das letras como Manuel da Fonseca, foi poeta, contista, romancista e cronista. Nas suas obras, marcadas pela intervenção social e política, relatou a dureza da vida no Alentejo, realidade que lhe era próxima.

“Cerromaior” (1943) e “Seara de Vento” (1958), vários volumes de poesia e também de contos, como “O Anjo no Trapézio” (1968) ou “O Fogo e as Cinzas” (1953), são alguns dos seus livros.