O gestor indicou que o plano de desenvolvimento e redimensionamento que a administração está a levar a cabo na empresa está a mostrar os seus resultados, explicando que os gastos e perdas da RTP eram de 34,6% em 2011, e que desde essa altura até à data baixaram de 268 milhões de euros para 193 milhões.

Os fundos canalizados para a RTP, indicou ainda Alberto da Ponte, passaram dos 264 milhões em 2011 para 164 milhões de euros, que o OE2014 consagra através da Contribuição para o Audiovisual (CAV).

O presidente da RTP, Alberto da Ponte, está hoje ao Parlamento a pedido do Partido Socialista para esclarecer, entre outras questões, quais os “mínimos de meios de produção interna” que a estação pretende manter e os pormenores do novo contrato de serviço de televisão e rádio.

O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, revelou no passado dia 9, na Comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, que a estação pública vai “manter um mínimo de meios de produção interna”, sem comprometer “os objetivos de serviço público”. Isto, no mesmo dia em que se soube que a administração da estação pública tinha comunicado aos sindicatos que pretendia passar 300 trabalhadores e meios técnicos para uma unidade da empresa – a RTP Meios – com a intenção de a privatizar no futuro.

Alberto da Ponte terá hoje a oportunidade de explicar esta operação, mas também a forma como irá cumprir um novo contrato de serviço público de televisão e rádio com apenas cerca de 165 milhões de euros resultantes da Contribuição para o Audiovisual (CAV) – aumentada no próximo Orçamento do Estado dos 2,25 para os 2,65 euros – e mais as verbas que a empresa conseguir com a publicidade, que passa a poder ser comercializada por uma das três estações da rádio pública.

A RTP vive um período particularmente conturbado do ponto de vista social. A redação da estação pública de televisão determinou no passado dia 15, em plenário, a perda de confiança na Direção de Informação, por esta ter aceitado “participar num processo ilegítimo”, que culminou “na elaboração de listas de mobilidade” para a unidade a privatizar.

“A Direção de Informação, que repetidamente invoca o mérito como medida da sua decisão, aceitou participar num processo ilegítimo e nos antípodas de quaisquer boas práticas de gestão conhecidas. Esta conduta, desrespeitando a dignidade devida às pessoas, conduziu a que a redação tenha perdido a confiança na Direção de Informação", indicou na altura o Conselho de Redação da RTP/TV através de um comunicado.

@Lusa