"Provavelmente terei de deixar Nova Iorque. Já não posso viver em Nova Iorque. Tudo o que eu odiava em Los Angeles estou a começar a desejar ter. Los Angeles é um lugar onde vivemos atrás de grades, entramos num carro e a nossa interação com o público é mínima. Costumava odiar isso", disse.

"Mas Nova Iorque mudou, Manhattan é como Beverly Hills. E a alma de Nova Iorque foi para Brooklyn", escreveu o ator em um longo artigo publicado nesta segunda-feira na revista semanal New York.

Baldwin anunciou os seus planos ao dizer "adeus à vida pública", depois de 30 anos no centro das atenções. "Depois de ter sido ator (...), meti-me no mundo do showbiz, onde se busca apenas a aprovação da audiência, merecendo ou não. Acho que quero voltar a ser ator", declarou a estrela da série "30 Rock".

Baldwin, de 55 anos, habitante de Greenwich Village, em Manhattan, deixou para trás um 2013 "horrível", exceto pelo nascimento da sua filha, Carmen, fruto de seu casamento com Hilaria, 30 anos.

Em junho, o ator fez comentários homofóbicos contra um jornalista que observou que Hilaria esteve a tweetar durante o funeral do ator James Gandolfini.

Em novembro, Baldwin perdeu o seu programa televisivo na MSNBC após insultar e perseguir um paparazzi que seguia a sua esposa e filha. "Fui falsamente acusado", declarou Baldwin, que insistiu que não é homofóbico, mas "que o mundo o vê assim agora". E aproveitou a oportunidade para acertar as contas com a MSNBC, criticando muitos dos seus apresentadores.

O ator admitiu que não deveria ter reagido, como fez em certas situações. Mas questionou uma cidade onde os fotógrafos se tornaram "predadores", lamentando o tempo em que podia viver no anonimato mesmo sendo famoso.

"No Twitter, se cometes o menor erro, o teu eco no mundo digital dura para sempre", disse o ator.

"Quero dar a minha filha uma vida o mais normal e decente possível. Nova Iorque não parece lugar para isso", concluiu.

@AFP