"O governo da Venezuela, de forma autoritária, voltou ao ataque contra a liberdade de expressão, a democracia e o direito à informação do povo venezuelano", disse Almagro num vídeo postado em sua conta no Twitter.

Na passada quarta-feira, o presidente Nicolás Maduro ordenou a expulsão das operadoras de televisão por assinatura da filial em espanhol do canal norte-americano, o qual classificou como "instrumento de guerra".

Para o secretário-geral do órgão regional, a decisão reforça "um regime de censura prévia incompatível com os instrumentos interamericanos que proíbem a censura para informações de notório interesse público".

Na quinta-feira, a autoridade reguladora das telecomunicações anunciou que também trabalha no bloqueio do sinal da emissora na internet.

O gatilho da reação do governo venezuelano foi uma reportagem da CNN divulgada na semana passada. Nela, a rede denunciou uma suposta venda de passaportes e de vistos na embaixada venezuelana em Bagdade e a possibilidade de que esses documentos possam ter ido parar a mãos terroristas.

Caracas negou essas afirmações e desqualificou as fontes da reportagem.

Duro crítico do governo venezuelano, Almagro também denunciou a detenção e posterior expulsão dos jornalistas Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da Rede Record, que investigavam as ramificações na Venezuela do escândalo de corrupção da construtora.

"A liberdade de expressão tem uma função social fundamental no sistema democrático. A censura e o assédio à imprensa estão a transformar a liberdade de expressão na Venezuela numa declaração teórica", denunciou.

"Defender a liberdade dos meios de comunicação e dos jornalistas para se expressarem é defender a democracia", insistiu, acrescentando que "esses são os valores que temos de recuperar na Venezuela já", completou.