A Câmara Municipal de Braga também está disponível para receber o Festival Eurovisão da Canção em 2018. Segundo a Rádio Universitária do Minho (RUM), Ricardo Rio, presidente da autarquia, anunciou que está disponível para conhecer o caderno de encargos do festival

Em conferência de imprensa, o autarca lembrou que o renovado Parque de Exposições de Braga (PEB) é a uma possibilidade em cima da mesa. "O Parque de Exposições renovado tem muito mais capacidade que outros equipamentos que já ouvi manifestar a sua a sua intenção em receber o certame (...) Face às alternativas que já ouvi, de Guimarães, do Porto e de vários outros locais, na Grande Nave (do PEB), nós podemos ter concertos para 15 mil pessoas", explicou Ricardo Rio.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, segundo a RUM, frisou ainda que "não se trata de nenhuma pretensão concreta" uma vez que primeiro é preciso "saber o que será exigido". "Braga tem estado em contacto com a RTP para saber o caderno de encargos", revelou, acrescentando que só depois será tomada uma decisão.

Da Área Metropolitana do Porto (AMP), Espinho, Gondomar e Santa Maria da Feira já mostraram o interesse em acolher o festival Eurovisão da Canção em 2018. Portimão também está disponível para receber o evento.

Na semana passada, em Ponta Delgada, nos Açores, o presidente da RTP disse que a estação pública vai “analisar de cabeça aberta todas as possibilidades” para realizar o Festival Eurovisão da Canção de 2018, garantindo que a escolha vai recair em “opções seguras”.

“A RTP está numa fase em que, por um lado, analisamos os cadernos de encargos, ou seja, as obrigações e as exigências que nos são colocadas, e, por outro lado, vamos analisar de cabeça aberta todas as possibilidades”, afirmou então Gonçalo Reis.

Em Portugal, custos abaixo da média

Portugal pode entrar na história da Eurovisão, organizando o festival da canção a custos inferiores à média dos últimos cinco anos, que ronda os 25 milhões de euros, defendeu o investigador Jorge Mangorrinha, em declarações à agência Lusa.

Para o professor universitário, investigador, autor e coordenador de vários estudos sobre os festivais da canção, o Eurofestival, em Portugal, deve ser organizado “criativamente, com base num orçamento mais baixo do que a média dos últimos cinco anos, para que se quebre a tendência para valores elevados, e até para que, no futuro, todos possam ser capazes de sediar” o acontecimento.

O investigador da Universidade Lusófona, com doutoramento e pós-doutoramento nas áreas de Urbanismo e Turismo, que nos últimos dois anos efetuou um estudo sobre como Lisboa se deverá preparar para receber o festival, cita a edição de 2012, em Baku, no Azerbaijão, como uma das que teve orçamento mais elevado, com custos "acima dos 55 milhões de euros”, incluindo a construção de “uma nova arena de espetáculos”.

A partir desse ano, os valores desceram, afirma o investigador, exemplificando com os 42,4 milhões de euros gastos em Copenhaga, em 2014, os 38,5 investidos em Viena, em 2015, os 30 milhões investidos este ano em Kiev, e os 14 milhões gastos em Estocolmo, em 2016, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

Ou seja, a média dos custos de organização do festival, nestes anos, ronda os 25 milhões de euros, valor em que Portugal se pode basear, ou que pode mesmo baixar, através de "uma aposta minimalista, mas imaginativa" e “de parcerias”, que permitam organizar o certame com uma verba que Mangorrinha acredita poder ser “recuperada a curto, médio e longo prazo”, até porque "o investimento passa também pela rede ‘eurovisiva’ e pelas empresas, e não só pela RTP e pelo município".