Em comunicado, os deputados do PSD eleitos pelo Alto Minho, Carlos Abreu Amorim, Luís Álvaro Campos Ferreira e Emília Cerqueira dizem que "a reestruturação da RTP não pode ser feita à custa do sacrifício e da omissão mediática dos interesses das populações do Alto e do Baixo Minho".

"Estas notícias, nunca desmentidas por quem de direito, provocam as maiores preocupações ao grupo parlamentar do PSD. Para além de contrariar frontalmente os propósitos assumidos pela direção de informação dessa empresa pública de apostar ainda mais na informação regional e de proximidade, essa medida, caso seja assumida e levada a cabo, conduzirá ao incremento da centralização informativa da televisão pública", sustentam.

Na terça-feira, em resposta escrita ao pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, fonte oficial da estação pública de televisão afirmou que a RTP "está a proceder a uma reorganização das delegações nacionais, mantendo as valências globais, modernizando e capacitando as mais relevantes e desenvolvendo acordos de parceria com Universidades e Institutos Politécnicos para a melhor integração das delegações nas regiões".

Para os deputados social-democratas, "o eventual argumento de que a reestruturação económico-financeira da empresa pública exigirá o fecho da delegação de Viana do Castelo só poderá decorrer de um eventual erro de perceção mútuo, já que os gastos diretos e indiretos com a sua manutenção são diminutos face às verbas adquiridas através da Contribuição do Audiovisual, mensalmente cobrada na conta da eletricidade e que ronda os três euros mensais, por lar".

"A verba anual que os habitantes do Alto e do Baixo Minho pagam à televisão pública na sua conta de eletricidade estará muito acima de qualquer despesa com a delegação em Viana do Castelo ou a delegação da Antena 1 em Braga", consideram os deputados relembrando que "os distritos afetados terão cerca de 500 mil lares a pagar essa mesma Contribuição de Audiovisual".

Além da "confirmação da veracidade das notícias que têm vindo a público" sobre o fecho daquelas delegações, os deputados questionaram o Ministério da Cultura "sobre quais as ações que pensa desenvolver para evitar este estrangulamento informativo do Alto e do Baixo Minho".

Na quinta-feira também grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre o encerramento das delegações da RTP e RDP, em Viana do Castelo e Braga, respetivamente, e a deslocalização para o Porto dos correspondentes naquelas cidades.

No mesmo dia a Câmara de Viana do Castelo aprovou um voto de protesto contra o fecho da delegação da RTP por considerar que a estação pública de televisão tem "o dever de prestar um serviço de proximidade às regiões".