Em comunicado, “o Governo informa que os membros do Conselho de Administração da RTP, tendo em consideração o desejo manifestado pelo Governo, e tendo em vista a salvaguarda do superior interesse da empresa, decidiram apresentar a renúncia aos seus cargos após a entrega de relatório relativo às contas do exercício social de 2014, o que ocorrerá até ao final de janeiro”.

O Executivo “agradece ao Conselho de Administração” liderado por Alberto da Ponte “todo o trabalho desenvolvido até esta data, o qual permitiu assegurar durante o seu mandato o cumprimento das obrigações de serviço público, sempre em respeito da lei, do Contrato de Concessão e da estratégia definida no Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento: Plano Reestruturação RTP (2013-2015)”, adianta.

“Em particular, o Governo agradece a boa gestão levada a cabo pelo Conselho de Administração que contribuiu para os bons resultados económicos e financeiros alcançados pela empresa em 2013 e reforçados nas previsões para 2014”, adianta o comunicado do ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional e da secretária de Estado do Tesouro.

“Estes resultados foram alcançados num contexto difícil resultante dos constrangimentos existentes em termos de financiamento público do Estado e das empresas públicas, da eliminação total da indemnização compensatória no ano de 2014 e dos desafios decorrentes das alterações estruturais ocorridas na empresa”, concluem.

Recorde-se que no despacho de defesa da administração da RTP, a que a Lusa teve acesso em dezembro, a equipa de Alberto da Ponte admitia apresentar a renuncia do cargo desde que fosse assegurado “o respeito pelo bom trabalho por si colegialmente e individualmente realizado” nos seus mandatos.

No documento, os membros do Conselho de Administração - composta por por Alberto da Ponte, Luiana Nunes e António Beato Teixeira – declaravam que não tinham “a menor intenção de permanecer nas suas funções contra o desejo do acionista da RTP", acrescentando que caso tal fosse "manifestado, e tendo em vista a salvaguarda do superior interesse da RTP”, estavam “disponíveis para apresentar a sua renúncia aos cargos que atualmente ocupam".

No entanto, essa renúncia só aconteceria "desde que assegurado o respeito pelo bom trabalho por si colegialmente e individualmente realizado durante o período já decorrido dos seus mandatos, bem como o respeito pelas suas reputação e ética profissionais", apontavam ao longo de quase 90 páginas, onde acusavam o CGI de ter atuado numa "pura lógica de 'apparatchik' [aparelho]".

@Lusa