O último "Herman 2013" vai ser emitido no próximo sábado, 14 de dezembro. Por que razão a RTP acabou com este talk show?
Por um motivo muito pragmático. As pessoas que estão à frente da RTP têm por mim uma grande estima. O que se passa é que a grande tarefa desta administração foi tirar a RTP1 da letargia em que estava. Havia dias em que a RTP1 ficava atrás da RTP2. Se não fosse dada uma volta à programação, tornando-a mais agressiva, a RTP1 desaparecia. Dinheiro também não há muito, portanto, era mais um programa acrescido a não mostrar audiências e com orçamentos cada vez mais apertados.

Quem o vai substituir nas noites de sábado?
Infelizmente, os talk shows em Portugal não têm capacidade para atrair muita gente. O "Herman 2013" teve, em média, este ano, 8,4 por cento de share, o que é frágil. O "5 para a Meia-noite" tem 6,4 por cento e imagino que estejam condenados a prazo. Portanto, a direção de programas viu-se na obrigação de substituir o "Herman 2013" por programas mais agressivos, que tragam mais gente. O concurso da Catarina Furtado, o "Chef’s Academy", já me está a substituir no horário nobre e a correr lindamente em termos de audiências.

Aceita sem mágoas o fim do programa?
Era um programa que adorava fazer, mas, por muito que me doa, ponho-me na posição de quem dirige o canal e que tem de o fazer sobreviver. Então, como administração, olho para o Herman e penso em usá-lo de uma maneira que me possa trazer mais benefícios. Portanto, é natural que volte à antena com outro projeto mais atraente.

Entretanto vai regressar à “estrada” com os seus espetáculos?
A “estrada” já ando a fazê-la há muito tempo e foi a melhor decisão que tomei. O programa só me ocupava um dia, a quinta-feira, e fiz imensos espetáculos por todo o mundo. Além dos shows em Portugal, no ano passado fui a Macau, Moçambique, Angola, Estados Unidos, França, Alemanha, dei uma volta imensa por todos os sítios onde há portugueses.