Na série produzida pela Netflix, que estreia esta sexta-feira, 24 de março, em todo o mundo, Del Castillo dá vida a Emilia Urquiza, uma primeira-dama fictícia do México que foge após ser acusada da morte do seu marido, o presidente Diego Nava.

A atriz, que em 2016 chamou a atenção internacional por mediar uma reunião entre o cineasta e ator americano Sean Penn e "El Chapo" Guzmán, disse ter sofrido perseguição pessoal, mesmo sendo muito diferente da sua personagem.

"Não fui perseguida fisicamente como Emilia Urquiza é. Ela sim é perseguida porque vão matá-la. Eu fui perseguida pela imprensa", contou a atriz.

Del Castillo, de 44 anos, procurada pelas autoridades em 2016 pela sua relação com "El Chapo", não viajou para o seu país a conselho dos seus advogados, já que a investigação ainda não está fechada.

Durante a videoconferência, disse: Emilia e eu "temos em comum o querer provar a nossa inocência".

A atriz - que no início dos anos 2010 protagonizou a novela "La Reina del Sur", baseada no livro homônimo do escritor espanhol Arturo Pérez Reverte -, disse que essa similaridade permitiu que interpretasse Urquiza com mais facilidade.

"Também andei de mãos dadas com Emilia, vivi as mesmas situações, não ao extremo como ela, mas é interessante como não me deu tanto trabalho chegar a estas emoções porque agora sim posso dizer que as vivo", disse.

A diferença, diz, é que "ela está a fugir, está a esconder-se, e eu nunca fugi e nunca me escondi. Estava na minha casa e todos sabem onde moro".

A atriz foi escolhida para interpretar a personagem antes do escândalo da ligação com Guzmán, que está preso nos Estados Unidos. Kate del Castillo explicou que a série teve que ser gravada nos Estados Unidos e no México ao mesmo tempo, utilizando uma atriz dupla para suas cenas na capital mexicana.

"Escolhemos Kate muito antes do que aconteceu e consideramos que estava no seu pleno direito de tentar contar uma história", disse Epigmenio Ibarra, um dos produtores da série.

A atriz teria dito em entrevista que não abandonou a ideia de fazer um filme sobre a vida de "El Chapo", chefe até há pouco tempo do perigoso cartel de Sinaloa, que em julho de 2015 fugiu de uma prisão de segurança máxima no México e voltou a ser capturado em 2016, sendo posteriormente extraditado para os Estados Unidos.

Segundo as autoridades mexicanas, o interesse de Joaquín Guzmán em levar sua biografia ao cinema foi um dos fatores que levaram à sua captura em janeiro de 2016, poucos dias antes de Penn publicar a "entrevista secreta com o homem mais procurado do mundo" na revista Rolling Stone.