Goucha e Cristina Ferreira parecem uma dupla inseparável. Mas há um Goucha sem Cristina e uma Cristina sem Goucha...
Há três produtos distintos. Há uma dupla que é muito forte, quase imbatível, estamos sem perder uma manhã desde 2 janeiro de 2012, com audiências de meio milhão de pessoas.
Depois há um produto chamado Cristina Ferreira, com o seu blog, livro receitas e programas; e outro produto chamado Manuel Luís Goucha, também com os seus livros, programas de conversas, etc...
Se bem que a dupla seja para continuar e há projetos em breve, também há projetos para os dois isoladamente.

Começou agora as gravações do “Masterchef”. Quais são as expetativas?
O “Masterchef” é um grande espetáculo de televisão em que o ingrediente principal é a culinária. Está a ser um desafio, porque é um formato para o qual não estou muito talhado, por ser um programa gravado. Há 30 anos que faço televisão em direto ou “live on tape”. Este vai ter um ritmo completamente diferente, certamente mais desgastante que um direto porque há paragens de horas. A minha linguagem corporal também tem de ser diferente, mais distante, e está a ser um desafio.

Vai também começar o “A Tua Cara Não Me É Estranha”. Teme a concorrência do “Vale tudo”, da SIC?
Não temo nada e estou pronto para perder audiências, embora esteja muito pouco habituado a isso...

Acha que as mudanças no programa das manhã da SIC, com a entrada de João Paulo Rodrigues, vão afetar as audiências?
Espero que tais mudanças estimulem a minha equipa a ser ainda mais aguerrida. No formato “Você na TV!” vale tudo para responder à contraofensiva da SIC. O João Paulo Rodrigues é um ser absolutamente fantástico, uma pessoa culta, qualidade que muitas vezes não transparece no humor que escolhe, e vai ser interessante perceber como se vai entrosar com a personalidade da Júlia Pinheiro.

Como arranja tempo para conciliar todos estes projetos?
Sou muito metódico, só vivo para o trabalho e sou irritantemente organizado. Não perco tempo, não vou a festas e a minha vida é muito pautada pelo trabalho.

Ainda tem paciência para o público?
Ando muito pouco na rua e vejo muito pouco o público. À uma hora da tarde já estou em casa. Faço sempre uma semana de férias por ano em Portugal e as pessoas vêm ter comigo, desde jovens a menos jovens, e querem abraços e beijos. Tenho uma câmara de filmar, aproveito tudo e ponho no programa. É uma maneira eficaz de usar as férias que acabam por ser 50 por cento de trabalho.

Vê muita televisão?
Vejo todo o tipo de televisão. Vejo algumas coisas da SIC, da RTP, e muitos programas da RTP2, que está agora a repor bastantes documentários. Vejo coisas da TVI e vejo muita TV Cabo. Vejo o “Project Runaway” todos os dias e depois uma novela ou outra. As novelas vejo, não pela trama mas porque me fascina o trabalho dos atores. Mas não sou escravo da televisão e cada vez vejo menos. Aproveito muito o meu tempo para ler. Mas gosto muito de debates políticos, do programa “Prós e Contras”, entrevistas políticas, etc...

Gosta de se ver na RTP Memória? Rever os seus programas de início de carreira?
Não, não faço esses exercícios de memória. Já aconteceu deparar comigo quando faço zapping mas não ligo nenhuma àquilo que fiz. Aliás, eu não vejo sequer os meus programas. Nunca vi o “Você na TV!”, por exemplo. Não me acho particular graça. Pode até ser um exercício de trabalho mas também é de vaidade. E cada vez sou menos vaidoso e não tenho por hábito ir ver o que fiz. O que me interessa são as coisas que ainda vou fazer, e essa é a minha postura face a tudo. Eu não tenho saudades de nada nem de ninguém. Limito-me a viver o presente e, quando muito, posso pensar no que vou fazer amanhã. Quero lá saber o que fiz ontem! O ontem já passou e o futuro também não sei como vai ser, portanto, vivo para o presente.