Depois da estreia no "The Tracey Ullman Show", com três temporadas de sketches desde abril de 1987, a família da classe média de Springfield teve direito a uma série em nome próprio, com episódios de cerca de meia-hora, a partir de 17 de dezembro de 1989. E semana a semana, a animação do criador Matt Groening e do produtor James L. Brooks foi passando do estatuto de culto ao fenómeno de popularidade global que fez desta família amarela uma referência da cultura pop das últimas décadas.

Razões para o sucesso? Será difícil elencá-las todas, mas desde a animação excêntrica, que se estranhou e entranhou, a um sentido de humor capaz de apelar a várias faixas etárias, entre diálogos irónicos e gags físicos, quase sempre ao serviço de uma crítica social atenta, o estilo e linguagem da série mostram-se certeiros para ultrapassar fronteiras culturais e geracionais. E depois há o carisma das personagens, tanto do quinteto do núcleo familiar principal como de dezenas de outros habitantes de Springfield - do pérfido Mr. Burns ao sempre alcoolizado Barney, do inseguro Milhouse ao desbragado palhaço Krusty - que ajudam a tornar esta numa das galerias mais ricas da história da televisão.

Ainda maior do que a lista de personagens é a quantidade de convidados especiais, um aglomerado de nomes de várias áreas do entretenimento ou até da política que ajudou a alargar o fenómeno e a aproximar esta família de públicos aparentemente díspares.

Por isso, não admira que 25 anos depois de um episódio assombrado por uma babysitter pouco aconselhável (o primeiro a ser produzido), os Simpsons tenham já uma estrela no passeio da fama, em Hollywood, ou que "D'oh!", o célebre grunhido de Homer, seja uma palavra oficial no Dicionário de Oxford. Pelo caminho ficou ainda "Os Simpsons: O Filme" (2007), com a série a saltar para o grande ecrã e a recolher mais elogios do que algumas temporadas recentes, e ficou também a influência inegável para muitas outras sitcoms de animação que se seguiram, como a habitualmente comparada "Family Guy", também centrada numa família da classe média norte-americana, além de "South Park" e "King of the Hill" ou as britânicas "The Office" e "Spaced", estas de imagem real. E assim, já depois da viragem do milénio, aquela que a revista Time considerou a melhor série de televisão do século XX - e que soma já 31 Emmys e 30 Annie Awards - não dá sinais de querer deixar o pequeno ecrã tão cedo, com a 27ª temporada já em fase de produção.

Especial 25 anos na Fox

Até ao fim do mês, todos os finais de tarde na Fox (exceto o de dia 25) estreiam um episódio da 23ª temporada, às 19h25. Estão garantidas participações de nomes como os chefs Anthony Bourdain e Gordon Ramsay, Kiefer Sutherland (que interpreta um antigo agente da CIA), Michael Cera (o rapaz por quem Lisa se apaixona no Dia dos Namorados), Aron Ralston (que lança um feitiço a Springfield no episódio especial de Halloween), Jeremy Irons (que interpreta o único amigo de Moe), a recentemente falecida Joan Rivers, Jane Lynch (da série "Glee") e Andy Garcia, entre outros.

@Gonçalo Sá

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