Numa entrevista conjunta à rádio Antena 1 e ao Diário Económico, hoje divulgada, Alberto da Ponte falou na situação atual da empresa, alvo de um Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento (PDM) elaborado pelo Governo.

"A RTP tem de ter, forçosamente, para viver, umas receitas, no mínimo, da ordem dos 200 milhões de euros", declarou aos jornalistas Alberto da Ponte numa altura em que cumpre quase um ano à frente do destino da empresa.

Nos excertos da entrevista enviados pela RTP à agência Lusa, o presidente da empresa disse ainda que precisa de acrescentar cerca de 20 milhões de euros aos cerca de 180 milhões oriundos das receitas provenientes da contribuição audiovisual e da publicidade.

A partir de 2014, como está previsto no plano do Governo, a RTP vai deixar de receber uma indemnização compensatória, e o responsável considera que o serviço público a que a empresa está obrigada "está em perigo". "Estamos a tentar encontrar em conjunto com a tutela as soluções que permitam apetrechar a RTP com o financiamento necessário ao redimensionamento, e permitir executar com dignidade serviços tão importantes como o internacional", indicou.

De acordo com o presidente da empresa é preciso "encontrar forçosamente financiamento para o serviço internacional da RTP, para o arquivo e até para a cooperação, para além de 2014, como está no PDR”. Indicou que este financiamento “terá de ser apenas as receitas resultantes da atividade comercial e das receitas derivadas da contribuição para o audiovisual".

De acordo com Alberto da Ponte, esta matéria tem estado a ser discutida com a tutela "num ambiente muito cordial, mas de debate frontal e honesto".

A data limite estipulada por ambas as partes para encontrar soluções para o financiamento extra da RTP é o dia 20 de setembro. "Tudo o que vier depois de 20 de setembro corre o risco de penalizar o PDR, aprovado pelo Governo", alertou, apontando que este plano não foi delineado pela RTP.

Os 20 milhões de euros a mais, segundo Alberto da Ponte, são necessários para assegurar "algumas obrigações fundamentais do serviço público que não estão no contrato de concessão atual, não estão cobertas pela contribuição para o audiovisual".

Sobre esta matéria, o presidente do operador público de rádio e de televisão comentou ainda na entrevista que a necessidade desses 20 milhões "não é surpresa para ninguém, porque no próprio documento do PDR refere-se que essas obrigações extra teriam de ser equacionadas".

De acordo com Alberto da Ponte, esta matéria tem estado a ser discutida com a tutela "num ambiente muito cordial, mas de debate frontal e honesto".

@Lusa