O deputado comunista Valeri Rashkin pediu que a Rússia deixe a Eurovisão para organizar uma competição paralela chamada "Voz da Eurásia". "O resultado da última Eurovisão foi a gota de água", disse Rashkin no Parlamento. "Temos de deixar esse concurso, não podemos aguentar mais esta loucura", acrescentou o parlamentar, citado pela agência Interfax.

"Não querem as nossas participantes porque não têm barba", ressaltou o deputado Oleg Nilov, do partido Rússia Justa. "Não gostam das nossas músicas", lamentou Nilov antes de entoar uma canção popular no plenário.

A Igreja Ortodoxa russa considerou que a vitória do travesti no Eurovisão "foi um passo a mais na rejeição da identidade cristã na cultura europeia".

Centenas de internautas e algumas celebridades russas protestaram contra a vitória de Conchita Wurst, publicando fotos em que se barbeiam.

"Faça a sua barba também como protesto", escreveu um internauta junto à hashtag #dokajichtotyneconchita ("prove que não é Conchita").

"Decidi barbear-me porque a comunidade LGTB defendeu os seus interesses", comentou o cantor ruso Dominik Djoker ao jornal popular Tvoy Den.

Também houve quem apoiasse Conchita Wurst, como a cantora de ópera Anna Netrebko.

Os militantes dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais anunciaram uma Marcha de Mulheres e Homens Barbudos em Moscovo a 27 de maio, para lembrar o 21º aniversário da descriminalização da homossexualidade no país.

A comunidade GayRussia.ru indicou que está a aguardar a autorização para a ação na capital russa.

@AFP