"Quando damos amor, recebemos amor, mesmo que seja em menos quantidade. Se damos violência, recebemos violência. Se você recebe violência, corte este ciclo e não dê violência, nem que seja por palavras ou… mime-o. Por muito difícil que isso seja, por muito difícil que isso seja. Está bem?". Foi este o comentário de Carla Duarte que suscitou milhares de críticas e que  fez chegar cerca de 200 queixas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Duas semanas depois, a SIC, segundo a edição online do Público,  decidiu dispensar a apresentadora.

Depois dos comentários de Carla Duarte, o canal de Carnaxide emitiu um comunicado onde condenava os conselhos da taróloga. "A SIC condena veementemente qualquer ato de violência e sempre contribuiu para a discussão e esclarecimento sobre este problema social nos seus espaços informativos e na sua ficção. Também os programas de daytime tratam deste tema com a maior seriedade, respeito e repudio por este tipo de crime público", sublinhou a estação.

Em entrevista ao programa "Grande Tarde", da SIC, Carla Duarte explicou que tem noção de que as suas palavras foram entendidas como "um discurso de culpabilização da alegada vítima", acrescentando que nunca teve "qualquer intenção de que essa fosse essa a mensagem a passar".

"Estou aqui porque realmente cometi um erro. Na emissão de 'A Vida Nas Cartas – o Dilema', um programa em direto, assumo que não fui o suficientemente ágil na abordagem à questão colocada por uma espectadora que se dizia vítima de um flagelo social que anualmente mata tantas mulheres e que parece não ter fim, a violência doméstica. Sou totalmente contra todo e qualquer tipo de violência", sublinhou a apresentadora do programa matinal da SIC.

"Peço desculpa a todos os quantos se sentiram indignados com as minhas palavras. Palavras essas que são da minha inteira responsabilidade num momento em que interpreto o tarot", explicou.

Relembrando que a violência doméstica é um crime público que não depende da queixa da vítima, Carla Duarte frisou que iria fazer todos os possíveis para que "a espectadora em causa seja encaminhada às autoridades e às instituições competentes".