Quatro já estão a funcionar desde dezembro numa rede piloto inicial com as freguesias de Vialonga, Benavente, Benfica do Ribatejo e Odivelas, onde o sinal se tem mostrado "estável" e "sem grandes problemas", tendo havido apenas um problema em Vialonga, que terá de ser reportado à PT, operador responsável pela transmissão de sinal, segundo os responsáveis da Anacom. As restantes 14 sondas vão servir de reserva, para casos de avaria, ou para análises paralelas.

As sondas foram concebidas pela ANACOM e adjudicadas em abril do ano passado por concurso público internacional ao consórcio UBIWHERE-WAVECOM, composto pelo regulador, o INESCTEC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a Ubiwhere (chefe do consórcio) e a Wavecom.

"Iniciámos este projeto, que é pioneiro em Portugal, em parceria com várias instituições. As sondas vão monitorizar o sinal de TDT 24 horas por dia, sete dias por semana e vão permitir cobrir todo o país. Com esta monitorização vamos poder verificar se o sinal tem a qualidade exigida e se não tiver, reportar ao operador para este atuar", explicou a presidente da Anacom, Fátima Barros.

Sublinhando que as sondas são "tecnologia 100% portuguesa", Fátima Barros considerou a "ferramenta fundamental" e espera que a mesma possa ser exportada para países "com um problema comum".

O administrador do regulador responsável pela direção de gestão de espetro, Helder Vasconcelos, explicou que a rede nacional de sondas é representativa da população, destacando que o erro amostral é de 5% para 95% de grau de confiança, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística Censos da População de 2011.

Por sua vez, o responsável da Anacom pelo projeto, José Borrego, explicou que as sondas começaram a ser pensadas há quase dois anos e que a monitorização realizada até agora era "muito intensiva do ponto de vista do consumo de recursos, humanos e de tempo, ao contrário da que será efetuada, que será totalmente automática e em tempo real.

Desde finais de 2011, a Anacom realizou 500 ações de fiscalização através das unidades móveis do regulador, que apenas conseguem medir o sinal nesse mesmo momento, o que significa que quando uma equipa se dirige a um local o sinal pode estar bom, mas ter falhas logo depois sem ser detetado.

Fátima Barros adiantou que as queixas se reduziram, tendo a Anacom recebido entre 100 a 200 por mês nos últimos quatro meses, além de as reclamações da DECO também terem caído - 800 em outubro, 59 em novembro e apenas quatro em dezembro - não tendo sido reportada ainda nenhuma este ano.

@Lusa