Como surgiu a ideia deste programa?
Foi um convite do diretor, Daniel Oliveira, ao qual respondi afirmativamente porque me pareceu uma ideia muito engraçada esta coisa de viajar ao passado. É um programa que dá algum trabalho, está num canal por cabo sem os meios de um generalista, implica muita pesquisa, mas tem-me dado muito gozo.

Como tem sido a reação dos entrevistados?
Muito boa. Quando acabo de gravar, a maior parte das pessoas fica encantada. É como se estivessem a abrir um álbum de fotografias antigas. Começam a reviver e olham para si em momentos felizes, quando estavam mais novos, ou em começo da carreira. Recordam quais eram os seus sonhos, se estes continuam a ser os mesmos, e as suas formas de estar na vida. Tem-me dado muito gozo fazer isso.

Provavelmente algumas das recordações chegam a ser comoventes. Já aconteceu?
Já. Por exemplo, a Bárbara Guimarães olhava para ela e para as irmãs muito pequeninas e comentava “Oh, meu Deus, elas agora estão umas mulheres!”. Na altura em que ela fazia o “Chuva de Estrelas” o produtor dizia-lhe “Vai e diverte-te” e ela contou que continua a usar este lema ainda hoje, quando apresenta um programa.

Já houve algum momento no “Revistar” que a tivesse surpreendido?
Até agora todas as entrevistas foram ótimas. A estreia foi com a Diana Pereira e foi muito engraçado vê-la muito pequenina, com 14 anos, quando ganhou o concurso “Super Model of The World”. Também foi muito divertido ver a estilista Fátima Lopes ficar surpreendida ao ver imagens dos seus primeiros desfiles e concluir que a roupa era muito ousada. Com os Anjos também foi muito engraçado ver como eles brincavam com eles próprios e quando dou por mim estou eu a rir às gargalhadas… Também foi muito interessante ver o Luís Norton de Matos reviver o seu casamento de sonho em “Bora Bora” – e eu com muita inveja. E outra das que me marcou foi a entrevista com Rita Blanco, que nunca se sabe o que vai dizer e o que vai acontecer, e foi muito surpreendente.

As figuras públicas abrem o passado facilmente ou pedem, por exemplo, para não serem usadas imagens nas quais não gostem de se ver?
Não levantam grandes problemas, porque tudo o que aparece já foi publicado ou emitido na SIC. Não estamos a mostrar nada de inédito, mas sim a recorrer a memórias e arquivos. No fundo, estamos a dar uma nova roupagem a essas reportagens com a reação das pessoas ao que veem. A Diana Pereira, por exemplo, a recordar que o dente fora do sítio demorou anos a resolver; a Rita Blanco a brincar com os cortes de cabelo; o Nelson, dos Anjos, que vê uma imagem com o fio e vai ao pescoço e mostra que ainda continua a usá-lo. Cada convidado é uma caixinha de surpresas.

No caso da Sofia, se fôssemos “revistar” o seu passado, o que gostaria mesmo que aparecesse?
Gostava de ver uma reportagem que fiz, foi das primeiras, em 2001, quando ainda estava na Informação e fui para umas cheias. Mas algumas coisas, acho que não iria gostar de ver porque era mais anafadinha. Aliás, por mim, mandava apagar essas imagens do arquivo (risos).