Segundo o representante legal, se Guzmán não der a sua autorização, poderá processar as empresas em tribunais norte-americanos.

"O senhor (Guzmán) não morreu, não é um personagem de domínio público, ele está vivo, ele tem de autorizar (...) Poderíamos processá-los porque não têm autorização para uma série ou um filme", declarou à Rádio Formula Andrés Granados, um dos advogados do traficante.

Na terça-feira passada, o canal Univisión transmitiu no Youtube o trailer da série, mas com poucas pistas sobre a trama: só uma animação a preto e branco, com toques em vermelho, que evolui do líder da Revolução Mexicana, Emiliano Zapata, ao rosto pintado de sangue de Guzmán.

"Ele (Guzmán) já nos disse que se eles já têm o projeto, para não perdê-lo e não nos desgastarmos a princípio com uma ação, podemos negociar com eles, mas até agora não se aproximaram, (podemos) negociar um preço para dar-lhes autorização, caso usem o seu nome", acrescentou o advogado.

Na negociação também seria revisto o conteúdo da série, pois poderia afetar a defesa do poderoso narcotraficante, que tem 25 dias para recorrer do aval da chancelaria para a extradição de Guzmán aos Estados Unidos, depois de dois juízes terem emitido uma opinião favorável ao tratado de extradição entre os países vizinhos.

Guzmán "é extraditável e podem referir algo sobre a sua vida que poderá afetá-lo em assuntos legais, na defesa", acrescentou Granados.

Guzmán deverá apresentar-se num tribunal do Texas por homicídios, narcotráfico, crime organizado, porte de armas e lavagem de dinheiro, enquanto na Califórnia é acusado de importar e distribuir cocaína.

Durante anos, foi o narcotraficante mais procurado do mundo. Em 1994, foi capturado na Guatemala e entregue à justiça mexicana, mas em janeiro de 2001 fugiu de uma prisão de segurança máxima.

Em 2014, foi recapturado, mas em julho passado voltou a protagonizar uma fuga espetacular de outra prisão, através de um túnel quilométrico.

Em janeiro passado, voltou para a prisão e o governo mexicano, que inicialmente resistia a extraditá-lo mas anunciou a sua intenção de o entregar à justiça norte-americana.