O estudo, publicado no Jornal da Associação Americana do Coração, é o mais recente a descrever os riscos potenciais da vida sedentária, que incluem pressão alta, obesidade, cancro e doenças cardíacas.

"As nossas descobertas são consistentes com uma série de estudos anteriores, onde o tempo gasto a ver televisão estava vinculado à mortalidade", disse o autor principal do estudo, Miguel Martinez-Gonzalez, diretor do departamento de Saúde Pública na Universidade de Navarra em Pamplona, Espanha.

A pesquisa baseou-se em registos de mais de 13 mil pessoas que se formaram em universidades espanholas. A idade média dos entrevistados era de 37 anos e 60% eram mulheres.

Os cientistas queriam descobrir se havia algum vínculo entre a morte precoce e o tempo passado em frente ao televisor. Também analisaram quanto tempo as pessoas passaram à frente de um computador e a conduzir e se estes fatores influenciavam o risco de morte.

Os participantes do estudo eram saudáveis quando começaram a ser analisados e foram acompanhados por 8,2 anos, em média.

Aqueles que viram televisão mais de três horas por dia eram duas vezes mais propensos a morrer jovens do que os que viram por uma hora ou mais, destacou o estudo.

A causa mais comum de morte foi o cancro, que matou 46 pessoas. Trinta e duas morreram de outras causas e 19 mortes foram ligadas a problemas cardiovasculares.

A pesquisa não descobriu uma associação entre o tempo gasto no computador e a morte prematura ou entre conduzir e morrer jovem. Também não provou que ver televisão causou as mortes prematuras, apenas que uma associação poderia ser encontrada entre ver mais televisão e um risco maior de morrer, mesmo quando os cientistas ajustaram a pesquisa para outros fatores potencialmente correlatos.

"As nossas descobertas sugerem que os adultos podem considerar aumentar a sua atividade física, evitar períodos de sedentarismo longo e reduzir o tempo decicado à televisão para não mais do que uma a duas horas por dia", disse Martinez-Gonzalez.

A Associação Americana do Coração recomenda às pessoas que façam algum tipo de exercício moderado durante quase duas horas por semana.

@AFP