O 75.º Festival de Cinema de Cannes encara as suas últimas horas de exibições esta sexta-feira antes da cerimónia de entrega da Palma de Ouro sem um claro favorito e após uma edição muito eclética, em temas e estilos cinematográficos.

Os dois últimos filmes a serem exibidos esta noite são "Un petit frère", de Léonor Serraille, e "Showing up", de Kelly Reichardt.

O júri de nove membros, liderado pelo ator francês Vincent Lindon, dará o seu veredito no sábado à noite.

O festival de cinema mais importante do mundo também comemora o seu 75.º aniversário. Esta sexta-feira, o ator espanhol Javier Bardem vai protagonizar uma das conversas organizadas por este motivo.

Em quase duas semanas de competição e 21 filmes, o júri pôde saborear cinema para todos os gostos.

Filmes sociais e de denúncia talvez tenham sido os dominantes.

Entre eles o iraniano "Holy Spider", sobre um assassino em série de mulheres, de Ali Abbasi, "Tori et Lokita", dos irmãos belgas Dardenne, sobre menores migrantes, e "RMN", do romeno Cristian Mungiu, sobre racismo e extremismo.

A meio caminho entre o espírito de denúncia e a sátira mais feroz, "Triangle of Sadness", do sueco Ruben Ostlund, sobre o mundo dos mais privilegiados.

Denúncia social

Outros realizadores mostraram a sua face mais introspetiva, como "Nostalgia", do italiano Mario Martone, ambientado numa Nápoles sob o controle da Camorra, ou "Armagedon Time", de James Gray, a memória de Nova Iorque nos anos 1980.

"Close", de Lukas Dhont, retrata a amizade entre dois adolescentes separados de forma traumática.

Cannes também foi o local escolhido por alguns realizadores para trazer à tona problemas familiares, que também serviram novamente para denunciar situações sociais injustas, principalmente das mulheres.

É o caso do iraniano "Leila's Brothers", de Saeed Roustaee, que mostra uma família à beira da ruína, ou "Broker" do japonês Hirokazu Kore-eda, sobre o abandono de crianças na Coreia do Sul.

O júri também poderá escolher entre dramas policiais, desde "Holy Spider" até "Decision to Leave", do sul-coreano Park Chan-wook, sobre um polícia e o seu romance com uma misteriosa suspeita de assassinato.

"Boy from Heaven", de Tarik Saleh, também é um 'thriller', ambientado no Egito contemporâneo.

Dramas históricos também estiveram presentes na Croisette.

A competição começou com "Tchaikovsky's Wife", do russo Kirill Serebrennikov, que narra as tribulações da esposa do grande compositor.

O cinema francês esteve bem representado com quatro filmes este ano: "Stars at noon", de Claire Denis, um romance tingido de mistério, "Les Amandiers" de Valeria Bruni-Tedeschi, uma homenagem exaltada ao teatro, e "Frère et soeur" de Arnaud Desplechin, um drama familiar, além de "Un Petit Frère", marcado para esta noite.

Por fim, para quem prefere cinema fantástico ou experimental, "Eo", de Jerzy Skolimowski, sobre as aventuras de um burro, "Pacification", do espanhol Albert Serra, com uma pitada de espionagem num exótico Taiti, e, finalmente, "Crimes of the Future", sobre órgãos humanos como obras de arte, do canadiano David Cronenberg.

No ano passado, o festival premiou um filme polémico, sobre transexualidade e estilo futurista, "Titane", da realizadora francesa Julia Ducournau.

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