A animação "Mínimos" (936.513 espectadores) e a comédia "O Pátio das Cantigas" (606.316), ao longo de julho e agosto, bem como a ação de "Velocidade Furiosa 7" (832.438) em abril e maio, e o erotismo de "As Cinquenta Sombras de Grey" (501.439) em fevereiro, foram os filmes que ajudaram a estancar a sangria de espectadores das salas de cinema portuguesas.
Com menos de 500 mil espectadores, "007 Spectre" (novembro), a animação da Pixar "Inside Out (Divertida-Mente)" (junho) e "Star Wars: O Despertar da Força" (dezembro) também ajudaram a subir os valores.
De acordo com os dados provisórios do balanço anual do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), foram contabilizados 14.524.944 espectadores, mais 2,4 milhões em relação aos números de 2014, o que correspondeu a uma receita bruta de 74.906.711 euros, mais 12,1 milhões.
Os valores são celebrados principalmente por fazerem as salas saírem da profunda crise de 2012-14, uma vez que em 2011 ainda eram de 15,7 milhões de espectadores e quase 80 milhões de euros.
De facto, uma vez que quatro filmes fizeram 2.876.706 espectadores, o aumento é principalmente conjuntural e não estrutural.
Por exemplo, se as receitas de fevereiro aumentaram 67,4% em relação ao mesmo mês de 2014, isso deve-se principalmente a "As Cinquenta Sombras de Grey", enquanto "Mínimos" e "O Pátio das Cantigas" fizeram as de julho e agosto subirem 46,4% e 45,7%.
Já abril e maio subiram 24,7% e 18,3% muito por causa de "Velocidade Furiosa 7".
O caso do cinema português é sintomático de como os valores não podem ser interpretados de forma absoluta: o circuito comercial registou 940.063 espectadores, o valor mais elevado desde 1975, mas para isso contribuíram em grande parte apenas "O Pátio das Cantigas" e "O Leão da Estrela", ambos de Leonel Vieira, os dois filmes portugueses mais vistos de 2015, somando mais de 785 mil espectadores.
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