Em entrevista aos jornalistas, o músico disse que não consegue “estar desligado da vida dos outros” e assobiar poderia parecer que está “a gozar com a realidade social”.

Reconhecendo que “é difícil aguentar esta situação”, JP Simões sublinhou: “Eu tenho trabalhado imenso e vou conseguindo pagar a renda, mas sei que há milhões de pessoas que não estão nessa circunstância.”

Portanto, e assumindo o objetivo “egoísta” de querer “voltar a andar pela rua a assobiar”, diz que “alguma coisa tem de ser feita”.

Viver em paz exige “muito trabalho” e “mil golpes de cintura” e “uma paciência incrível”, na tentativa de concretizar “expectativas e sonhos”, destacou. “O meu país é a coisa mais linda que existe. Um dia, quando eu morrer, vou ficar em paz com ele. Só nessa altura”, ironizou.

JP Simões é um assíduo espetador do Festival de Músicas do Mundo, mas nunca tinha tocado no festival. “De repente, dar por mim, aqui, neste palco que eu tanto adoro e respeito, é... enfim, é do caraças”, confessou o músico, que desconcertou muitos durante o concerto, dedicando uma música ao “ditador Berluscão, que fugiu de um canil” e inventando expressões como “Sinestesias” e “Sines qua non”.

Na terceira noite do festival de Sines atuaram ainda o brasileiro Hermeto Pascoal e o coletivo luso-angolano Batida.

@Lusa