Carlos Avilez confessou à revista Flash estar "destroçado" com a notícia. "É verdade, morreu a Carmen Dolores. Além de uma grande atriz, era uma grande senhora”, disse.

O encenador Jorge Silva Melo também partilhou nas suas redes sociais uma fotografia a preto e branco da atriz.

Nascida em Lisboa, a 22 de abril de 1924, Carmen Dolores teve uma carreira de mais de 60 anos com um percurso que passou pela maioria dos palcos portugueses, companhias independentes, cinema, rádio e televisão.

Iniciou o seu percurso na rádio, como declamadora e atriz e aos 19 anos estreou-se no cinema em "Amor de Perdição" (1943), adaptação de António Lopes Ribeiro do romance de Camilo Castelo Branco. Entrou também nos filmes "Um Homem às Direitas" (1945), de Jorge Brum do Canto", "A Vizinha do Lado" (1945), também de António Lopes Ribeiro, e "Camões" (1946), de José Leitão de Barros.

Estreou-se nos palcos no Teatro da Trindade, na capital portuguesa, em 1945, integrada na Companhia Os Comediantes de Lisboa, na peça “Electra, a mensageira dos deuses”, de Jean Giraudoux, encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho).

Em 1951 passou para o palco do Teatro Nacional D. Maria II, sob a direção de Amélia Rey Colaço, e participou em várias peças, entre as quais "Frei Luís de Sousa", de Almeida Garrett.

Foi uma das fundadoras do Teatro Moderno de Lisboa e participou num projeto que levou à cena novas encenações de peças de autores consagrados como Fiódor Dostoiévski, William Shakespeare, August Strindberg ou José Cardoso Pires.

Na década de 80 trabalhou no cinema com José Fonseca e Costa, em "A Mulher do Próximo" (1988) e "Balada da Praia dos Cães" (1987).

Em 1998, de novo no teatro, foi dirigida por Diogo Infante em Jardim Zoológico de Cristal de Tennessee Williams, no Teatro Nacional.

Teve também vários papéis em televisão em telenovelas como "Passerelle", "A Banqueira do Povo" e "A Lenda da Garça".

“Copenhaga”, no Teatro Aberto, com encenação de João Lourenço, foi a peça com que, em 2005, se despediu dos palcos após uma carreira de 60 anos.

Em julho de 2018, a atriz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, no âmbito de uma homenagem no Teatro da Trindade à atriz, que incluiu a estreia da peça “Carmen”, inspirada nas suas memórias, e o batismo da sala principal com o seu nome.

Carmen Dolores foi ainda distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República Jorge Sampaio, com a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, o prémio Sophia de Carreira, da Academia Portuguesa de Cinema, e o Prémio António Quadros de Teatro, entre outros galardões.

Com Lusa

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