O "Jornal das 8", da TVI, emitiu esta quinta-feira uma reportagem que continua vídeos de 2014 de várias discussões de Manuel Maria Carrilho com a ex-mulher, Bárbara Guimarães, enquanto se encontrava com a filha ao colo e o filho ao lado. Na mesma noite, o programa de Ana Leal, da TVI 24, retomou o tema da violência doméstica e incluiu uma entrevista telefónica com Carrilho, à qual acabou por juntar-se o seu filho, menor de idade.

Ambas as abordagens foram condenas pelo Conselho Deontológico dos Jornalistas Portugueses, através de um comunicado divulgado esta sexta-feira. "O Código Deontológico dos Jornalistas é claro no seu ponto 8: “O jornalista não deve identificar, direta ou indiretamente, menores, sejam fontes, sejam testemunhas de factos noticiosos, sejam vítimas ou autores de atos que a lei qualifica como crime. O jornalista deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor”", pode ler-se na reação partilhada pela entidade.

"A identificação das crianças na reportagem e no programa em causa, contribuindo para ampliar ainda mais e de forma gratuita a exposição das vítimas, não tem qualquer justificação deontológica e ética", assinala ainda o comunicado.

O Conselho Deontológico condena também que "apesar de uma tímida reserva inicial, a jornalista acabou por interrogar e manteve ainda no ar uma conversa com um dos menores, em direto, sem que ninguém tivesse o cuidado de desligar imediatamente a chamada".

A TVI explica a divulgação das imagens alegando que estas "provam que o ex-ministro nunca poupou os filhos a situações de violência, ameaças e ofensas a Bárbara Guimarães".