De acordo com o presidente dos estúdios japoneses Ghibli, "o realizador decidiu que "Kaze Tachinu" [O Vento Levanta-se, em tradução livre] será o seu último filme, e depois vai reformar-se".

Koji Hoshino, presidente dos estúdios Ghibli, cofundados por Hayao Miyazaki, fez esta declaração aos jornalistas em Veneza sem adiantar mais pormenores, apenas que o realizador dará uma conferência de imprensa em breve, em Tóquio.

Embora esteja a competir pelo Leão de Ouro, Miyazaki não se encontra presente este ano na 70.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

Considerado uma referência mundial no cinema de animação e um dos maiores desenhadores de manga do mundo, Hayao Miyazaki, 72 anos, parece encerrar este ano uma carreira iniciada nos anos 1960, mostrando em Veneza a história do sonho de uma criança que se torna real.

"Kaze Tachinu", uma história de amor trágica num cenário de guerra, é a 11ª longa-metragem do realizador e já estreou no Japão, onde "está a ter grande sucesso", segundo Hoshino.

O novo filme, segundo o responsável pelos estúdios, narra a vida do engenheiro aeronáutico Jiro Horikoshi, que concebeu o avião de caça Mitsubishi A6M, uma espécie de porta-estandarte do exército do ar japonês durante a Segunda Guerra Mundial.

Hayao Miyazaki inspirou-se no romance do escritor japonês Tatsuo Hori, e apresenta neste filme uma série de referências às culturas japonesa e europeia, concebendo uma metáfora sobre um futuro incerto.

"O vento levanta-se, é preciso tentar viver", diz o herói do filme.

Em 2008, o realizador japonês já tinha declarado que, "face a um futuro incerto é preciso ajudar as crianças a desenvolver as suas capacidades inatas".

Hayao Miyazaki foi premiado a nível mundial através de filmes como "A Princesa Mononoke", "A Viagem de Chihiro", "Ponyo" e "O Castelo Andante".