Em agosto, James Cameron disse que "Mulher-Maravilha" era um "passo atrás" para as mulheres no cinema e não um progresso na forma como são retratadas por Hollywood. E não mudou de opinião apesar de toda a controvérsia que as suas declarações causaram, mesmo junto da realizadora do filme Patty Jenkins.
"Ela [Gal Gadot] foi Miss Israel e estava a usar uma espécie de corpete curto muito ajustado às formas. Ela é absolutamente de arrasar. Para mim, isso não é revolucionário. Tinham a Raquel Welch a fazer coisas dessas nos anos 60", disse esta quarta-feira ao The Hollywood Reporter.
"Foi tudo no contexto de falar porque Sarah Connor [a protagonista dos seus dois filmes da saga "Exterminador implacável] — que Linda [Hamilton] criou em 1991 — foi, se não à frente do seu tempo, pelo menos uma rutura no seu tempo. Não penso que estivesse realmente à frente do seu tempo porque ainda não estamos [a dar esses tipo de papéis às mulheres]", acrescentou o realizador ainda de filmes como "Titanic" e "Avatar".
Na sua reação, Patty Jenkins, realizadora de "Mulher-Maravilha", afirmou que nem todas as personagens femininas tinham de "ser sempre duras e problemáticas para serem fortes", mas Cameron insiste agora que não é essa a questão: "Linda parecia ótima. Só não era tratada como um objeto sexual".
"Por muito que aplauda a Patty realizar o filme e Hollywood por 'deixar' uma mulher realizar uma grande saga de ação, não acho que existisse nada de revolucionário em 'Mulher-Maravilha'. Achei que era um bom filme. Ponto", esclareceu agora Cameron.
Conhecido pela sua franqueza, o realizador ficou surpreendido pelo impacto das suas palavras de agosto: "Sem dúvida que fiquei chocado por isso ter sido uma declaração controversa. Era bastante óbvio na minha cabeça. Só acho que Hollywood não percebe isto sobre as mulheres nas sagas comerciais. Dramas, isso eles resolveram, mas logo que começam a fazer um grande filme comercial de ação acham que têm de atrair os homens de 18 anos ou 14 anos, o que for".
Ainda assim, reconhece que "foi provavelmente um comentário um pouco simplista da minha parte" e embora o mantenha, "vou acrescentar um pequeno detalhe, que é: gosto do facto de que, sexualmente, ela tem mais iniciativa com a personagem masculina [de Chris Pine], o que achei que foi divertido".
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