Lobo Antunes, de 81 anos, foi premiado pelo romance “O Tamanho do Mundo” (2022), um dos mais breves livros do autor, no qual faz uma reflexão sobre a velhice.

António Lobo Antunes é “um dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos, no âmbito nacional e internacional”, refere a Fundação Inês de Castro, realçando tratar-se de “um autor talentoso e inovador”.

A fundação salienta que a influência de Lobo Antunes "na literatura contemporânea é inegável", sendo "frequentemente considerado um dos escritores mais importantes de língua portuguesa da atualidade”.

Sobre a obra premiada, a sua editora, Publicações D. Quixote, adiantou a seguinte sinopse: “Por entre os estalos dos móveis da sua casa em Lisboa, um idoso observa o outro lado do Tejo enquanto se perde nas memórias sobre uma cave e um pequeno jardim com um baloiço. Independentemente de ter acabado por se tornar presidente de uma grande empresa, o sucesso jamais debelou a perda daquele tempo, acorrendo repetidas vezes ao local e imaginando que as pequenas coisas e as personagens (mais significativas, como a filha, ou mais casuais, como uma senhora que passa com um carrinho das compras) se mantêm intactas, tal qual um tempo impoluto”.

No próximo dia 24 de outubro, é publicado o novo livro de crónicas de Lobo Antunes, “As Outras Crónicas”, com prefácio do psiquiatra Daniel Sampaio.

O escritor tem recebido vários prémios em Portugal e no estrangeiro. Entre os galardões nacionais, constam o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 1985 e 1999, o Prémio D. Diniz, da Fundação Casa de Mateus, também em 1999, o Prémio Fernando Namora, da Estoril Sol, em 2003, o Prémio Clube Literário do Porto, em 2008, e o Prémio Camões, em 2007.

Entre outras distinções, António Lobo Antunes recebeu ainda os prémios Rosalía de Castro (1998), Literatura Europeia (2000), União Latina, (2003) e o Prémio Autores Vida e Obra (2017).

Yvette Kace Centeno, de 84 anos, também natural de Lisboa, descendente de uma família germano-polaca, é licenciada em Filologia Alemã com uma dissertação sobre “O Homem sem Qualidades”, de Musil, e doutorou-se com uma tese sobre “Alquimia no Fausto de Goethe”, “abrindo a senda dos seus estudos sobre esoterismo e poesia hermética, nomeadamente em torno de Fernando Pessoa”, afirma a Fundação.

Centeno é professora na Universidade Nova de Lisboa desde 1983 e “tem sido responsável pelo desenvolvimento e organização de programas de pós-graduação, orientadora de mestrados e doutoramentos em Estudos Alemães e Literatura Comparada e Artes Performativas”, acrescenta a instituição.

Desde 1961 que Yvette Centeno publica literatura infantil, ensaios de investigação, poesia, peças de teatro e ficção.

Em 2011 foi galardoada com a Medalha de Honra do Autor Português, pela Sociedade Portuguesa de Autores.

A Fundação Inês de Castro criada em janeiro de 2005, com sede em Coimbra, visa “estimular a investigação e a divulgação da história, da cultura e da arte relacionadas com a temática Inesiana, e apoiar estudos e atividades culturais centradas em Inês de Castro, a sua época ou épocas mais próximas deste mito, proporcionando o aparecimento de novos valores culturais”.

Na edição anterior, o vencedor do Prémio Literário foi o poeta Daniel Jonas, com a obra “Cães em Chuva”, e o distinguido com Prémio Tributo de Consagração foi o escritor José Viale Moutinho.

A cerimónia de entrega dos galardões desta 16.ª edição do prémio, realiza-se em data a anunciar, este ano, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.