Numa noite já remota, depois de ter deixado mulher e filho, Francisco quer morrer. Apenas o olhar de Bruna, uma criança, vizinha que não consegue dormir - impede-o de realizar o seu intento. Seis anos mais tarde continuam na mesma. Francisco fechado na sua solidão taciturna, e Bruna, virada adolescente desembaraçada. Ela e duas amigas descobriram que os homens, em geral, gostam de dar a quem é nova, linda e bem disposta. É só pedir, e elas aproveitam-se sem vergonha. O mundo está mal mas a vida sabe-lhes bem. A morte da mulher, numa aldeia do sul, abala a rotina cega de Francisco. Transtornado, pela primeira vez em muitos anos, o seu olhar encontra o de outra pessoa. Os olhos de riso de Bruna. Curiosa, a rapariga aproxima-se deste homem que não tem espaço para ninguém. Pouco a pouco Francisco volta à vida. E Bruna percebe que há coisas que não se podem pedir.