Kenneth Branagh mantém o enorme apreço pelo material de origem e, ao reduzir deslizes e excessos, chega ao pináculo das suas adaptações ao grande ecrã.
Com cascatas humorísticas que se sobrepõem e ultrapassam, e mais além, a prequela da famosa série da RTP é uma das melhores comédias do cinema português.
O spin-off / sequela do filme de 2018 com Sandra Bullock tentou expandir as possibilidades do material original, mas andou para trás ao carregar em poucas mais teclas.
Embora passível de certas correções, o novo trabalho do realizador anglo-americano faz de um retrato intimista e unidimensional o esqueleto de uma experiência IMAX inigualável.
Tivesse sido o filme concebido por outra empresa que não a autora de clássicos inesquecíveis, talvez se desculpasse o seu miolo medíocre de tão familiar.
Apesar do gigantesco esmero técnico, a narrativa pragmática e veloz da sequela sacrificou a rica oportunidade de alargar os horizontes temáticos da saga de ação.
Mesmo que não consiga por si só revitalizar o mundo desordenado de personagens e aventuras entrecruzadas da DC, o filme é emocionante e uma experiência audiovisual ímpar no seu género.
Sequela cumpre a complicada tarefa de superar o antecessor, priorizando a expansão de mundos e a evolução do protagonista e de personagens secundárias.
Está nomeado para sete Óscares: o realizador apresenta o seu filme mais pessoal, pronto a domar fantasmas do passado e a homenagear a sua cidade natal.
Terry Gilliam encerra a sua saga quixotesca: Adam Driver e Jonathan Pryce são Sancho Pança e Don Quixote, no caleidoscópio febril que refrata a obra de Miguel de Cervantes.