David Lynch leva-nos numa viagem íntima pelos seus anos de formação, desde a infância idílica numa pequena cidade dos Estados Unidos, até às ruas escuras de Filadélfia, identificando os momentos que moldaram um dos realizadores mais enigmáticos do cinema. David Lynch: The Art of Life retrata a arte, a música e os primeiros filmes de Lynch, trazendo luz à escuridão do seu mundo único, dando aos espectadores um conhecimento mais aprofundado do homem e do artista. Como Lynch refere “Acho que sempre que se faz algo, como uma pintura ou qualquer coisa do género, vai-se com uma ideia e por vezes o passado pode invocar essas ideias e colori-las e, ainda que sejam novas ideias, o passado dá-lhes cor.” Somos convidados a entrar e é nos dado a conhecer o estúdio de Lynch nas montanhas acima de Hollywood, enquanto este nos conta histórias pessoais do seu passado que se desenrolam como cenas dos seus filmes. Alguns personagens estranhos são destacados, para novamente se desvanecerem, deixando uma marca permanente em Lynch enquanto artista. Testemunhamos os medos, os equívocos e lutas que Lynch supera e pelo caminho conhecemos as várias pessoas que o ajudaram a moldar. Torna-se evidente no início da vida de Lynch que este vê o mundo de forma diferente, absorvendo as suas sombras e tecendo um sonho, como se de uma tapeçaria se tratasse, onde a sua audiência mundial se emaranha. Este filme é dedicado à filha mais nova de Lynch como um memorial privado de um pai para uma filha. Ao afastar as cortinas do ícone esperamos revelar David Lynch enquanto indivíduo.