Inspirado em factos reais que durante meses ocuparam a imprensa sensacionalista, sobre o caso da “assassina de Dusseldorf”, “Die Moral der Ruth Halbfass” levou a crítica a comparar Schlöndorff a Claude Chabrol. No entanto, poder-se-á considerar que o filme do cineasta alemão é antes de mais uma resposta irónica, quase paródica, às histórias morais do seu colega francês sobre a amoralidade e a decadência da “gente bonita” e dos “ricos”. Com efeito, Schlöndorff não se limita a realizar um drama matrimonial e de adultério com um sarcástico matiz final. Daí que “Die Moral der Ruth Halbfass” não seja apenas uma comédia cínica sobre a amoralidade dos círculos bem instalados, é também um filme sobre a influência do trivial, no cinema como na vida.