France oscila entre a sátira política, a crítica aos media e o melodrama, apresentando-nos o retrato de uma jornalista, de um país e dos seus meios de comunicação. France de Meurs – cujo nome não foi escolhido ao acaso – é uma célebre jornalista que se desdobra entre a televisão, uma guerra distante e o frenesim da sua vida familiar. Após um acidente de viação, do qual resulta um ferido, France vê o seu mundo abalado e tenta refazer a vida de forma anónima, mas a fama dificulta-lhe a prossecução desse plano. Bruno Dumont tece uma crítica mordaz ao meio jornalístico, no seio do qual tudo parece fielmente apresentado, mas onde o real é, na verdade, encenado e reconstruído, constituindo-se como o resultado de uma sociedade do espetáculo e do sensacionalismo, na qual o imediato assume o papel principal.